ANGOLA GROWING
Primeiros resultados desde a fusão, em 2015

Millennium e Atlântico juntos alargam activos para 948,4 mil milhões KZ

BALANÇO. Crescimento do activo em cerca de 10% e ‘empurrão’ nos lucros de 40,5% para 25 mil milhões de kwanzas marcam as primeiras contas de balanço do banco saído da união entre Millennium Angola e Privado Atlântico. Fusão alarga o número de clientes para 980,3 mil. O banco não publicou contas no site.

 

O primeiro balanço do Banco Millennium Atlântico, entidade criada pela fusão dos bancos Millennium Angola e Privado Atlântico, fechou positivo, com os activos a crescer, de Janeiro a Dezembro de 2016, 10,2% para 948,4 mil milhões de kwanzas, de acordo com os números do banco, publicados recentemente em cerimonia privada.

Dados divulgados após a reunião da assembleia-geral do banco, e reproduzidos por vários órgãos de informação, mostram o lucro a aproximar-se dos 25 mil milhões de kwanzas, representando um crescimento de 40,5% acima das margens alcançadas no exercício financeiro anterior, avaliadas em 17.788 milhões de kwanzas.

As contas de 2016 do Millennium Atlântico não estão disponíveis no portal do banco, nem nas páginas de publicidade do Jornal de Angola, segundo garantiu a assessora de comunicação da empresa.

Questionada sobre a situação, a responsável afirmou que o “banco não deu autorização para a divulgação da informação financeira”, nem a agência, designada ‘JLM &A’, está na posse dos documentos. Um outro contacto foi feito ao gabinete de comunicação do banco, mas sem sucesso até ao fecho desta edição.

A comparação de alguns indicadores financeiros - activo e lucro - só foi possível graças aos relatórios Deloitte relativos aos anos 2015 e 2014. Por indisponibilidade de informação completa referente às contas de 2016, quer no site da entidade, quer nas várias fontes consultadas pelo VALOR, não foi possivel apurar a origem dos fundos, assim como a base para o salto em mais de 40% nos lucros.

 

 

MALPARADO DISPARA 

O VALOR sabe de fonte do banco que o crédito malparado e o de recuperação duvidosa “atingiram níveis assustadores”, sobretudo “devido à migração de muitos dos passivos do antigo Millennium Angola ao novo banco”, ao abrigo do programa ‘Angola Investe’, assim como de “perdas recentes”.

Dados do crédito do banco publicado pelo jornal ‘Mercado’ dão conta, no entanto, de um avanço de mais de 20% do produto, ao sair de 405,6 mil milhões de kwanzas, em 2015, para 490.700 milhões, no ano passado.

Já a certeita de clientes terminou o primeiro ano nos 980.338, mais 18% do que o número registado em igual período anterior, calculado em 828.075, resultantes da soma dos clientes dos antigos Millennium Angola e do Privado Atlântico.

O Banco Millennium Atlântico (BMA) só existe desde Maio do ano passado, apesar de as conversações para a efectivação de um projecto de fusão terem inciado mais cedo, precisamente em finais do ano 2015, na cerimonia de apresentação de contas do antigo accionista maioritário do Millennium Angola, o Millennium BCP.

Os dados anteriores sobre a situação patrimonial do ‘novo banco’ são com referência às actividades desenvolvidas pelos extintos bancos Millennium Angola e o Privado Atlântico. Um exercício que o VALOR fez para, assim, poder comparar o crescimento do activo, margens de lucros e a posição do banco no ‘ranking’ dos cinco maiores da banca nacional.