Morgan Tsvangirai morre aos 65 anos
O líder da oposição do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, morreu nesta quarta-feira (14), em Joanesburgo, na África do Sul, vitima de cancro, confirmou o vice-presidente do partido Movimento para a Mudança Democrática, Elias Mudzuri.
O antigo primeiro-ministro do Zimbábue tinha 65 anos e sofria de cancro do cólon há dois anos. A situação clínica deteriorou-se rapidamente nos últimos dias, apesar de estar a em tratamento na África do Sul. “Morreu esta tarde. Foi a sua família que comunicou”, disse o vice-presidente do Movimento para a Mudança Democrática, Elias Mudzuri, citado pela Reuters "É uma pena anunciar que perdemos um ícone da luta pela democracia", afirmou Mudzuri em sua conta no Twitter.
A morte de Morgan Tsvangirai acontece nas vésperas das primeiras eleições desde que o regime de Robert Mugabe caiu. O partido da oposição tem agora que escolher um novo líder para disputar o poder contra a União Nacional Africana do Zimbábue, partido actualmente no poder e fundado por Robert Mugabe.
A carreira política de Tsvangirai foi marcada pela luta contra o regime do ex-presidente, Robert Mugabe. Foi preso inúmeras vezes e alvo de quatro atentados. Morgan Tsvangirai fundou o Movimento para a Mudança Democrática em 1999 e foi o eterno adversário de Mugabe, líder autoritário removido em Novembro.
Nascido em 1952, Tsvangirai, ex-operário do sector têxtil e contra-mestre de minas, foi sindicalista antes de passar a presidir, em 1988, o poderoso Congresso de Sindicatos do Zimbábue (ZCTU). No final dos anos 1990, demonstrou seu carisma e capacidade de mobilização, lançando uma série de greves gerais contra o governo.
O ex-líder sindical sofreu surras, prisões e acusações de traição por sua oposição a Mugabe. Tsvangirai dizia ter sido objecto de quatro tentativas de assassinato, uma delas em 1997.
Este ano, devia ser o candidato oficial do Movimento para a Mudança Democrática para a eleição presidencial, para competir com o presidente Emmerson Mnangagwa, sucessor de Mugabe. Mas na quarta-feira, Tsvangirai cedeu o lugar à frente do partido a um de seus três vice-presidentes, Nelson Chamisa.
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