YANG HUIYAN

Mulher mais rica da Ásia perdeu metade da fortuna em um ano

17 Aug. 2022 Gestão

Riqueza. Recebeu 70% das acções da empresa do pai em 2007 e, durante mais de 10 anos, multiplicou os lucros, tornando-se na mulher mais poderosa do continente. Queda do mercado imobiliário na China implicou, entretanto, redução do império em 17,8 mil milhões de dólares.

Mulher mais rica da Ásia perdeu metade da fortuna em um ano

Yang Huiyan, de 41 anos, é a mulher mais rica da Ásia, que perdeu cerca 17,8 mil milhões de dólares, 52% da sua fortuna, entre 2021 e 2022, por conta da queda do mercado imobiliário chinês.

Segundo cálculos da Bloomberg Billionaires Index, em 2021, a fortuna de Yang estava estimada em cerca de 33,9 mil milhões de dólares e, em Julho deste ano, ficou em cerca de 16,1 mil milhões de dólares.

Yang nasceu na cidade de Foshan, província de Cantão, no sul da China, em 1981. É filha de um dos homens mais ricos do país, Yang Guoqiang. Em 2003, formou-se em Artes e Ciências pela Ohio State University nos Estados Unidos da América. Em 2007, regressa à China, herdando do seu pai a maioria das ações da Country Garden Holdings, a maior empresa imobiliária da China em vendas.

Desde então, mais de uma década depois, a sua riqueza continuou a crescer. As coisas começaram, entretanto, a mudar, partir do ano passado, depois de sofrer um verdadeiro declínio que os analistas económicos entendem não ser apenas um sinal sombrio do estado em que se encontra o mercado imobiliário da China, mas também um alerta sobre o futuro da segunda maior economia do mundo.

O sector imobiliário na China apresentou “problemas sérios” com a queda dos preços das casas, a diminuição da procura de compradores e uma crise de não cumprimento dos prazos que afectou alguns grandes empreendedores imobiliários desde 2020.

A situação começou a complicar-se já em 2020, não apenas por causa da pandemia da covid-19, mas também porque as autoridades chinesas tentaram conter o endividamento excessivo no sector imobiliário, o que deixou as grandes construtoras expostas a uma batalha para efectuar os pagamentos, forçando-as a renegociar com os seus credores.

A crise agravou-se quando a Evergrande, empresa imobiliária mais endividada da China, deixou de pagar os seus títulos em dólar no final de 2021, após meses de problemas de liquidez. Tudo isso levou a Country Garden, que se mantinha bem nos primeiros meses da pandemia, também a enfrentar problemas de liquidez, ao ponto de, em Julho passado, ter sido obrigada a vender acções com desconto de quase 13% para captar recursos.

A Country Garden Holdings foi fundada em 1992, em Cantão na China, e tornou-se um sucesso após a entrada inaugural na bolsa com o lançamento de uma OPA (Oferta Pública Inicial) em Hong Kong onde arrecadou cerca de 1,6 mil milhões de dólares, aproximadamente o mesmo que o Google após a sua OPA, nos EUA em 2004.