Multichoice cresce 8% no mundo com Angola em baixa
RESULTADOS. Grupo anuncia que o desempenho em África foi afectado pela “desvalorização de 7% do kwanza e de 25% da naira nigeriana”.
As operações da Multichoice em África, no primeiro trimestre de 2018, permitiram ao grupo captar receitas na ordem dos 3,7 mil milhões de dólares, um aumento de 8% em relação aos resultados alcançados no mesmo período do ano anterior.
O grupo, que actua na área de televisão por assinatura, obteve igualmente um aumento de 29% no lucro operacional que correspondeu, no período, a 369 milhões de dólares.
Os bons resultados, segundo o relatório e contas do grupo referente aos primeiros três meses do ano, deveram-se ao impacto positivo do rand sul-africano que se revelou “forte” no período.
Apesar destes registos, a empresa considera que os resultados, na generalidade, foram afectados pela “desvalorização de 7% do kwanza e de 25% da naira nigeriana”. O relatório destaca, ainda assim, que as perdas se mantiveram “estáveis” quando comparadas às do ano anterior, no período em análise. “Embora o ambiente macroeconómico na África Subsariana tenha ficado relativamente estável no primeiro trimestre do ano, o negócio de video-entretenimento continua a enfrentar condições desafiadoras”, lê-se no documento.
O grupo insiste, entretanto, ter registado um “desempenho estável”, situação justificada com a soma de pouco mais de um milhão de novos assinantes na linha directa para casa (DTH) e 520 mil assinantes no segmento de televisão digital terrestre (TDT). O total de assinantes em toda África era de 13,5 milhões de famílias, no final do primeiro trimestre de 2018.
O crescimento dos assinantes de TDT, segundo o relatório do grupo, “foi suportado pelo lançamento de um ‘switch-off’ analógico parcial na Zâmbia e de um pacote popular, o GOtv Max, que gerou um aumento na receita média por usuário de actualizações e novos clientes”.
REDUÇÃO DE LIQUIDEZ
Apesar dos resultados globalmente positivos, a empresa continua a verificar redução de liquidez em Angola e no Zimbábue, devido à disponibilidade limitada de moeda estrangeira. Mas, na Nigéria, as condições de liquidez “melhoraram significativamente” durante o último ano, o que permitiu ao grupo reforçar os fundos.
Nos primeiros três meses do ano, os saldos de caixa e as contas a receber estavam avaliados em 131 milhões de dólares, mantidos em Angola, Zimbábue e Moçambique, “permaneceram expostos ao enfraquecimento cambial das moedas locais, representando uma redução de 55% em relação ao saldo do ano anterior”.
O grupo declara que vai continuar a apostar na redução dos custos e despesas gerais de conteúdos, em África. Ainda assim, renovou o contrato para obter exclusividade com os conteúdos das ligas inglesa e sul-africana e com os da Liga dos Campeões da Europa.
A Multichoice é uma filiada do grupo Naspers, um conglomerado de média sediado na África do Sul, com operações principais na área dos electrónicos, incluindo televisão por assinatura, internet e mensagens instantâneas.
Actua, igualmente, na área dos média impressa, através da publicação, distribuição e impressão de revistas, jornais e livros.
JLo do lado errado da história