NÃO É SOBRE O CORREDOR DO LOBITO
Vamos directos ao assunto. As incertezas geradas pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca, no caso angolano, não começam nem terminam no Corredor do Lobito. Concentrar a discussão neste ponto é uma forma ingénua ou intencional de se desviar da questão de fundo. Ninguém melhor do que o Presidente João Lourenço sabe disso.
A investida do Presidente angolano na Administração de Joe Biden implicou uma viragem diplomática com significativos riscos diplomáticos e económicos. Temo-lo dito desde 2017.
O pacote proposto por João Lourenço a Biden é extenso. Não se esgota nos temas económicos no qual se integra o Corredor do Lobito. O Presidente angolano pediu tanto quanto a imaginação lhe permitiu e não se esqueceu de incluir a cooperação militar. Pelo contrário, foi das moedas de troca mais significativas que ofereceu a Biden para reduzir a influência russa em Angola.
Quando se analisa o regresso de Trump ao poder, é tudo isso que deve ser colocado em cima da mesa. E, diga-se em homenagem à verdade, até ao momento não há surpresas. O que se imaginava que Trump fosse em relação ao continente africano é justamente aquilo que Trump decidiu mostrar até à madrugada desta quarta-feira, 22 de Janeiro. Nem uma única referência em relação a África. Tratou-o como de forma aparente o concebe mentalmente. Ou seja, como se não existisse. E, a menos que mude uma vírgula na cabeça de Trump, esta aparente marginalização do continente e possivelmente de Angola é problemática, por uma razão simples. O país passa literalmente a navegar no mar de incertezas.
Por um lado, o que se tinha de expectativa do investimento norte-americano passa a ser uma grande incógnita. Porque, apesar de todos sabermos que se trataria essencialmente de capital privado, o envolvimento das autoridades norte-americanas na mobilização dos investidores seria um factor crítico para a concretização do investimento. Se a Administração Trump não fizer o esforço necessário, não se pode esperar por investidores como foram projectados com Biden.
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