MAQUILHADORAS PROCURAM APERFEIÇOAR TÉCNICAS

Negócio de maquilhagem prolifera em Luanda

BELEZA. Maquilhadoras informais, de diferentes pontos de Luanda, pagam entre 15 e 35 mil kwanzas em cursos para aperfeiçoamento de técnicas. E garantem que o balanço mensal tem compensado o investimento.

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Várias maquilhadoras informais, em Luanda, consideram “satisfatórias” as receitas obtidas no final de cada mês, ainda que temam pelo aumento da concorrência.

Mara Alberto, por exemplo, iniciou a maquilhar num dos quartos de casa, anteriormente usado como cantina pelo seu pai. Pouco depois, viu-se forçada a arrendar um quarto maior, no valor de 10 mil kwanzas, nos arredores do São Paulo, por causa dos equipamentos que adquiriu.

A jovem, embora se considere uma maquilhadora por natureza, optou por frequentar um curso com duração de duas semanas, de 15 mil kwanzas, na Samba, em Lunda. “Comecei o negócio com 50 mil kwanzas, no início do ano passado.

Comprei o ‘kit’ de 10 pincéis kabuki e a paleta correctiva de 15 tons, no mercado do Quicolo, a 3.700 kwanzas”, contou a empreendedora que, com a ajuda de duas colaboradoras, atende em média 24 clientes por semana.

“A maioria dos clientes vem fazer a maquilhagem preta, é uma das mais básicas. Nesse estilo, usamos sombras pretas nos olhos, são perfeitas para quem tem vistas grossas porque tem o intuito de os diminuir.

Para este requinte, cobramos 2.500 kwanzas”, explica Mara Alberto, mãe de um menino de sete anos, e que paga um salário de 12 mil kwanzas às empregadas. Para além de os custos serem diferenciados em função do estilo, os preços também variam face ao rosto de cada um, sendo que as pessoas de rosto “quadrado” pagam quantias mais altas em relação às de “semblante oval”.

“As pessoas de rosto quadrado são aquelas que têm queixos mais proeminentes. Essas pessoas, geralmente, têm uma estrutura óssea muito marcada, exigindo assim muita cautela no uso do bronzer e do iluminador. Pessoalmente, a esses clientes, a maquilhagem preta cobro 3.500 kwanzas”, sublinha Julieta Alfredo, maquilhadora há três anos.

Residente na centralidade do Sequele, e com um ‘atelier’ informal no mesmo local, a jovem, que paga 25 mil kwanzas de propina, pela formação em economia, diz arrecadar com alguma regularidade entre 40 e 55 mil kwanzas por mês.

No mesmo sentido, Adair Fernandes, 28 anos, conta que compra o rímel, um cosmético de diferentes tons, usado para escurecer e colorir as pestanas, a entre 550 e 900 kwanzas. Com a possibilidade de atender até 18 pessoas com o produto, cobra entre 500 e mil kwanzas por aplicação. “Com este negócio, tenho conseguido responder às necessidades da minha filha e as minhas próprias necessidades. Lamento apenas que o mercado esteja a ficar bastante apertado”, refere Adair.

À semelhança de Mara Alberto e Julieta Alfredo, muitas são as maquilhadoras que estão a optar por frequentar cursos de superação em maquilhagem, contribuindo também para o aumento de centros online e físicos de formação de maquilhagem. Por norma, os cursos têm três módulos e os preços variam dependendo da localização do centro ou da qualidade dos formadores.

Por exemplo, Mara Alberto pagou 15 mil kwanzas pela formação. Mas há especialistas que cobram entre 35 e 45 mil kwanzas por cada um dos três módulos, num curso de apenas duas horas.

Durante a formação, os formandos aprendem técnicas de avaliação da pele, limpeza e preparação da pele, uniformalização da pele. Estudam os diferentes tipo de base, a cor ideal, os tipos de pincéis para cada rosto, bem como a maquilhagem de olho em três tons.