NIGERIANA É A NOVA DIRECTORA GERAL DA ORGANIZAÇÃO

Ngozi Okonjo-Iweala a nova chefe da OMC

24 Feb. 2021 Gestão

LIDERANÇA. Entra em funções no início do mês de Março a nova líder da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala e inaugura o lugar de primeira mulher e primeiro africano à frente da instituição.

Ngozi Okonjo-Iweala a nova chefe da OMC
D.R

Aos 66 anos, e depois de receber o aval da nova administração americana, que apoiou a sua candidatura contrariando a anterior de Trump, Ngozi Okonjo-Iweala assume funções de direcção geral da Organização Mundial do Comércio.

Duas vezes ministra das finanças de governos diferentes da Nigéria, uma vez ministra dos negócios estrangeiros, fundadora do Centro de Estudos Económicos de Africa, membro da Comissão Internacional de Financiamento às Oportunidades de Educação, membro do painel das Nações Unidas responsável pela agenda de desenvolvimento mundial, foi no Banco Mundial onde Iweala deixou maior marca com 25 anos de carreira.

Esteve perto de ser nomeada presidente da instituição onde começou como economista e chegou a número dois no posto de directora-executiva do Banco Mundial, tornando-se responsável por um portfolio de operações de 81 mil milhões de USD na Asia, Europa e Africa. Em 2010 foi responsável por angariar perto de 50 mil milhões de USD para distribuição em bolsas e créditos bonificados para os países mais pobres do mundo.

A nomeação para o cargo de directora geral da Organização Mundial do Comércio aconteceu em junho de 2020 altura em que foi também nomeada pela União Africana enviada especial para avaliação do impacto do Covid no continente. No entanto, a nigeriana é também membro da Aliança Global para a Vacinação e Imunização e de instituições privadas de relevo como o Standard Chartered ou o Twittter.

Nascida em Ogwashi-Ukwu de família real africana, o pai era rei da família Obahai, Okonjo-Iwela foi na idade adolescente estudar nos EUA onde fez a licenciatura, em Harvard e o PHD em economia e desenvolvimento no MIT com uma tese baseada nos mercados rurais e no desenvolvimento agrícola da Nigéria.

Como ministra das Finanças

•Responsável pelo cancelamento de 30 mil milhões de USD em divida soberana da Nigéria

•Criadora da Conta do Excedente Petrolífero constituída para diminuir a volatilidade das receitas fiscais fruto da venda do petróleo do maior produtor africano

•Instituiu a publicação obrigatória e mensal nos jornais das alocações financeiras do governo aumentando a transparência governativa

•Instituiu uma plataforma de gestão da Conta Única do Tesouro que permitiu eliminar 62,893 trabalhadores fantasma poupando 1.25 mil milhões em pagamentos do Estado

•Criou um programa nacional de financiamento habitacional que permitiu o acesso de milhões à habitação

•Responsável pelo sucesso da iniciativa de empoderamento de mulheres e meninas nigerianas para alem do programa de inovação que criou milhares de empregos que foi considerado pelo Banco Mundial o melhor a nível global.