VASOS DÃO LUCRO A PEQUENOS FABRICANTES

O cimento pelo barro

OLARIA INFORMAL. A arte de fazer vasos serve hoje para sustentar famílias. Antes eram feitos de barro, hoje quem os fabrica prefere usar outros materiais como o cimento, gesso, sisal e areia. A venda dos vasos vai gerando lucros e permite sonhar em alargar o negócio.

Fazer e vender vasos, diz quem põe as mãos na massa, é uma actividade “rentável e lucrativa” mas que exige “agilidade, paciência e dedicação”. Os oleiros informais dos dias que correm fazem recurso a matérias-primas mais acessíveis como o cimento ou o gesso que, como conta Amaro Pwaty Gomes, de 35 anos, “são mais fáceis de trabalhar e mais resistentes”. Como ele, há outros que unem o negócio da venda de plantas ao da venda de vasos. Amaro Gomes explica que os dois produtos se complementam e que atraem clientes entre si.

Casado e com filhos, Amaro Pwaty, sobrinho do polémico músico Charles Bwa Pwaty, garante o ganha-pão da família com a profissão e pretende “fazer algumas economias, abrir uma estufa e diversificar mais o negócio”. Há mais de três anos que vende vasos e plantas, na estrada direita da Fubu que dá ao Camama, trabalha com um ajudante a quem paga de acordo com o volume de trabalhos. Além dos vasos e plantas, também faz serviços de jardinagem.

Para fazer nove vasos pequenos, que custam três mil kwanzas cada um, precisa apenas de um saco de cimento normal, cola e três quilos de sisal. Os clientes são frequentemente as donas de casa, mas, por vezes, recebe encomendas de empresas que querem especialmente vasos grandes.

Por semana, Amaro Pwaty consegue vender entre seis e oito vasos. Os preços variam entre três mil e 30 mil kwanzas, dependendo do tamanho. Quanto maior e mais detalhado for o vaso, mais caro se torna. Os vasos, além de serem feitos no local de trabalho, também podem ser produzidos onde o cliente desejar, com o acréscimo da deslocação.

Há cerca de seis meses a trabalhar na estrada do Camama, Elvis Songo, de 27 anos, também confecciona vasos. É com o dinheiro das vendas que, para além de sustentar a família, está a construir a sua casa. Garante que “o negócio é rentável e tem pouca concorrência”, mas lamenta ser importunado pelos fiscais.

Regista uma média de entre cinco e seis vasos vendidos semanalmente e trabalha com dois ajudantes. Além dos vasos, também faz balaústres que custam 1.500 kwanzas e meias-luas a 500 kwanzas que servem para decoração de exterior das residências.

Por dia, é capaz de produzir seis ou sete vasos que têm um tempo de secagem de 24 horas.

Para confeccionar os vasos, precisa de areia, cimento, sisal e gesso. Os preços no local também dependem muito do tamanho do vaso, e também variam entre os três mil e os 35 mil kwanzas.

Com um saco de cimento, um saco de areia, gesso e sisal, é possível fabricar dois vasos grandes que custam entre oito mil e os 10 mil kwanzas.

Na estrada de Viana, em direcção ao condomínio Ginga Cristina, há uma exposição permanente de vasos exclusivamente adquiridos aos antigos oleiros da zona. Os preços variam conforme o tamanho dos vasos oscilando entre os quatro e os 50 mil kwanzas.

Não há muitas alternativas ao mercado informal para a compra de vasos, no entanto a loja de produtos de construção e decoração Damazé é uma das que representam a formalidade no negocio de venda de vasos. No entanto, não tem produção nacional dependendo da importação. Os preços dos vasos ai vendido variam entre os 36.400 kwanzas para as ‘versões’ mais pequenas, enquanto os médios chegam a 45.400 kwanzas e os grandes a 74.500 kwanzas. As entregas podem feitas ao domicílio, mas apenas se o pedido ultrapassar as 50 encomendas. Caso contrário o cliente é responsável pelo transporte.