O SILÊNCIO QUE (NÃO) FALA
Coloquemos o enquadramento. Um major das Forças Armadas com antigas ligações à Casa de Segurança do Presidente da República acabou condenado a 14 anos de prisão por ter desviado avultadas somas do erário. Pelo menos foi esta a conclusão da justiça, embora – diga-se de passagem – os valores em causa nunca tinham ficado suficientemente quantificados aos olhos da opinião pública. Ao longo das sessões de julgamento, o major Lussaty resume a sua defesa com dois argumentos centrais.
O primeiro foi que os bens pelos quais estava a ser julgado eram propriedade sua. Sobre este ponto não convenceu ninguém e acabou condenado por unanimidade. O segundo, mais do que um argumento, foi uma denúncia. Alegou o major que parte dos dinheiros que lhe foram recebidos ficaram com o general Fernando Garcia Miala, o poderoso director do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (Sinse). Lussaty não se ficou, contudo, pelo general. Mencionou o Presidente da República como o indivíduo que terá ficado com o dinheiro, conforme alegadamente lhe terá dito o chefe do Sinse. Pelo que sabe do processo, a denúncia também não pegou na fase de julgamento. Foi ignorada pelos juízes e pelo Ministério Público e não foram retiradas certidões que pudessem servir de mote para a abertura de uma investigação na Procuradoria-Geral da República contra as duas altas figuras do Estado denunciadas. Dito de outro modo, as duas principais teses da defesa de Lussaty caíram em saco roto.
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