Obras de Óscar Ribas em exposição
EXPOSIÇÃO. Após quatro anos sem homenagens a Óscar Ribas, a Casa Museu realiza uma exposição inédita, até 30 de Setembro, em comemoração dos 109 anos do escritor e ensaísta. Simultaneamente, coloca à venda 16 livros da sua obra literária.
Uma exposição de artes plásticas comemorativa de mais um aniversário de Óscar Ribas, escritor, antropólogo e ensaísta, está patente na Casa Museu Óscar Ribas, em Luanda, até 30 de Setembro.
A exposição assinala os 109 anos da vida do escritor, caso estivesse vivo. A amostra, intitulada ‘Óscar Ribas, Objectos, Rituais e Tradições’, reúne mais de dez telas, produzidas a óleo acrílico sob tela. Os quadros têm imagens de objectos pessoais de Óscar Ribas e de cerimónias tradicionais retratadas nas suas obras literárias, preparados especialmente para a exposição por técnicos da área de museografia afectos à Casa Museu.
Além das comemorações do aniversário de Óscar Ribas, a Casa-Museu realiza eventos nas escolas e em unidades policiais e militares, dentro e fora de Luanda.
Maria Fernanda de Almeida, directora da Casa Museu, quer que o escritor “seja mais valorizado pelo contributo que deu em vários aspectos da cultura” e sugere mesmo que se crie um prémio literário ‘Óscar Ribas’. Lembra que já houve um projecto do Ministério da Cultura, mas que não resultou”, lamenta.
A responsável lembra que, já na época colonial, existia um prémio e, que em 1951, já havia estudantes do antigo Liceu Salvador Correia, que homenagearam Óscar Ribas.
Actualmente, a Casa Museu é uma unidade tutelada pelo Estado e gerida pelo Ministério da Cultura. Recebe também apoios da Fundação Óscar Ribas, da universidade com o mesmo nome e ainda de particulares.
Óscar Bento Ribas nasceu a 17 de Agosto de 1909 em Luanda e morreu a 19 de Junho de 2004. Filho de pai português, Arnaldo Gonçalves Ribas, e de mãe angolana, Maria da Conceição Bento Faria, viveu também no Sumbe (antigo Novo Redondo), Benguela, Ndalatando e Bié.
Óscar Ribas, considerado um dos fundadores da ficção literária em Angola, foi escritor, pesquisador, antropólogo da tradição oral, que deixou um legado literário, tendo recuperado muitos temas da tradição oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua kimbundo. O escritor foi galardoado com inúmeras distinções, com destaque para os prémios ‘Margaret Wrong’ (1955), de etnografia do Instituto de Angola (1958) e ‘monsenhor Alves da Cunha’ (1962). Foi também distinguido como membro titular da Sociedade Brasileira de Folclore (1954), com a medalha oficial da Ordem do Infante, atribuída pelo governo português (1962), medalha ‘Gonçalves Dias’, pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968), e com o diploma de mérito da Secretaria de Estado da Cultura de Angola (1989).
Acervo bibliográfico
Tem publicadas as obras ‘Nuvens Que Ficam Verdes’ (1927), ‘Resgate de uma Falta de Educação’ (novela, em 1929), ‘Flores e Espinhos Uanga’ (1950), ‘Ecos da Minha Terra Natal’ (1952), ‘Uanga - Feitiço’ (romance, 1955) e ‘Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos’ (1958). E ainda ‘Missosso’ (em três volumes, 1961, 1962 e 1964), ‘Alimentação regional Angolana’ (1965), ‘Izomba – Associativismo e Recreio’ (1965), ‘Sunguilando – Contos Tradicionais Angolanos’ (1967), ‘Kilandukilu – Contos e Instantâneos’ (1973) e ‘Tudo Isto Aconteceu – Romance Autobiográfico’ (1975), ‘Cultuando as Musas’ (1992) e ‘Dicionário de Regionalismos Angolanos’.
A casa está aberta de segunda a sábado das 8 horas às 15, com entradas gratuitas.
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