Obras dos terminais condicionam regresso dos catamarãs
CABOTAGEM. Barcos de transporte de passageiros podem reaparecer em 2022. Empresa gestora garante, no entanto, que paralisação não representa custos.
Paralisados desde 2018, os catamarãs têm o regresso dependente da construção dos terminais de passageiros do Soyo e de Cabinda, de acordo com o director comercial e de marketing da Secil Marítima.
Onésimo Gaspar não avançou qualquer previsão para o término das obras, mas afasta qualquer possibilidade de os catamarãs voltarem a navegar, ainda este ano, entre o Museu da Escravatura e o Porto de Luanda, já que “a prioridade é a rota do Norte, ou seja, Luanda-Soyo-Cabinda”, cenário já antecipado, no ano passado, pelo ministro dos Transportes.
Por ocasião dos 44 anos dos Transportes, comemorado em Novembro, Ricardo d’ Abreu Ministro do sector antecipou que os catamarãs não voltariam a circular em Luanda por se ter revelado um projecto “inviável desde a sua concepção”. “Não temos nenhuma ligação marítima em Luanda que, por obrigação de descontinuidade geográfica, nos obriga a uma travessia”, argumentou na ocasião.
Regresso apenas em 2022
No entanto, o regresso dos catamarãs poderá acontecer em 2022, ano em que devem ser concluídas as obras dos terminais de acordo com fonte do Ministério dos Transportes.
Sublinhando que “a manutenção do equipamento está garantida”, para assegurar o normal funcionamento dos barcos, Onésimo Gaspar atesta que a “paralisação não acarreta prejuízos”.
Em Outubro do ano passado, a Secil Marítima recebeu da Singapura um ferry boat baptizado ‘Cabinda’. A embarcação tem capacidade para transportar 240 pessoas, nove contentores e 10 viaturas. Esta embarcação, segundo o gestor, veio para reforçar o serviço de cabotagem na rota Luanda-Soyo-Cabinda-Luanda, juntando-se a outras embarcações existentes.
Recentemente, o director executivo para o desenvolvimento portuário de Cabinda, Manuel Barata, revelou que as obras do quebra-mar e do terminal de passageiros do Porto de Cabinda tinham uma execução física de 65% e 70%, respectivamente. Barata não indicou, entretanto, o horizonte da conclusão dessas empreitadas.
O quebra-mar, em construção há cerca de três anos, está orçado em 65 milhões de dólares e serve para conter a intensidade das marés altas (calemas), permitindo maior segurança na atracagem e manobra de navios de passageiros (ferry boat) e outros de transporte de carga junto ao futuro terminal de passageiros e na ponte cais local. As obras tinham sido interrompidas por causa da covid-19.
“Com o regresso dos técnicos portugueses e holandeses, iniciámos a dragagem da zona do quebra-mar e de manobras dos navios e do canal de circulação junto ao Porto de Cabinda”, observou o responsável.
Quanto ao terminal de passageiros, avaliado em 70 milhões de dólares, as obras “estão no limite”, com a montagem de equipamentos sensíveis, como linhas de ar condicionado, vidros, sistemas de ventilação, portas, entre outros.
JLo do lado errado da história