Acções da empresa brasileira disparam

Oi vende participação na Unitel por mil milhões USD à Sonangol

24 Jan. 2020 Empresas & Negócios

A operadora brasileira Oi vendeu a sua participação de 25% na angolana Unitel por mil milhões de dólares para a petrolífera estatal Sonangol, avançou esta quinta-feira o jornal O Globo.

Oi vende participação na Unitel por mil milhões USD à Sonangol
D.R

De acordo com O Globo, que cita o contrato de venda, 750 milhões de dólares serão transferidos na sexta-feira para a operadora brasileira, sendo que a Sonangol depositará o restante valor em até 90 dias.

O negócio levou as acções da Oi a disparar, registando uma subida de 9,18% na Bolsa de Valores de São Paulo, com cada título da empresa a chegar a ser negociado a 1,07 reais (0,23 cêntimos de euros).

A 9 de Janeiro, o director de comunicação e imagem da Sonangol, Dionísio Rocha, já tinha confirmado a disponibilidade da empresa angolana em adquirir a participação de 25% da operadora brasileira na angolana Unitel.

“Estamos a equacionar a hipótese de ficar com a participação da PT Ventures [empresa controlada pela Oi], mas tudo depende da decisão do tribunal de Paris”, afirmou o director de comunicação, indicando, na ocasião, que o valor estimado da aquisição deveria ser “o do mercado”.

O Tribunal de Comércio de Paris condenou os accionistas angolanos da Unitel a pagarem à Oi mais de 600 milhões de euros por violações do acordo accionista e deu como provado que foram realizadas “transacções em benefício próprio”.

Questionado sobre como seria financiada a operação de aquisição, Dionísio Rocha disse apenas que a “Sonangol está a financiar-se na banca internacional”, sem dar mais esclarecimentos.

A Oi está em processo de recuperação judicial desde 2016 para reduzir o passivo, que ronda os cerca de 14 mil milhões de euros. A companhia brasileira enfrenta prejuízos e chegou a contratar assessores financeiros para avaliar a operação de telemóvel no país.

A Unitel contava com quatro accionistas, cada um dos quais detendo 25%, sendo eles a PT Ventures (detida pela brasileira Oi), Sonangol, a Vidatel, controlada por Isabel dos Santos.