PAC “sem efeito” junto dos camponeses
PRODUÇÃO. Confederação diz que associados continuam a “patinar” para a obtenção de financiamento. Organização defende modelo do extinto Papagro.
O Projecto de Apoio ao Crédito (PAC), criado pelo Governo no ano passado, “não se fez sentir”, até agora, nas cooperativas controladas pela Confederação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agro-pecuárias de Angola (Unaca), de acordo com o presidente da organização.
Albano Lussati alerta que as associações e cooperativas que fazem parte da Unaca “continuam a patinar para obter financiamento”.
“Quero dizer, com toda a honestidade, que o programa do PAC não se faz sentir até agora naquelas cooperativas que a Unaca controla”, lamenta o líder associativo ao VALOR. E explica que, quando é criado um programa ou um projecto pelo governo, muitas vezes, aparecem “oportunistas que criam outras cooperativas que dificultam o funcionamento do programa”.
O responsável dos produtores refuta a ideia de que muitas cooperativas agrícolas não reúnem os requisitos para receber financiamentos, assegurando que as 1.500 cooperativas e associações, controladas pela confederação, estão legalizadas e continuam o trabalho de legalização, “mas, ainda assim, continuam a patinar”.
“Se o desejo é de revolucionar a produção, deve-se revitalizar as que já existem. Muitas vezes, queremos criar uma coisa nova. A Unaca não é o monopólio do cooperativismo em Angola. Hoje, há outras organizações a criar também cooperativas. Mas é importante que aquelas que já existem, que têm vontade de produzir, sejam revitalizadas e recebam os reforços para poderem dar um salto quantitativo”.
Albano Lussati defende ser “importante” que exista “pressão” quando há financiamento para o reembolso. “O dinheiro, muitas vezes, é entregue e o reembolso torna-se um problema sério. Muitas vezes, não tem que ver com a Unaca. Somos postos de lado e, na hora de cobrar, é um problema sério”.
EM DEFESA DO PAPAGRO
Apesar de o Programa de Aquisição dos Produtos Agro-Pecuários (Papagro) ser “conversa do passado”, muitos camponeses ainda acreditam que era o melhor programa para ajudar no escoamento de produtos.
Segundo Albano Lussati, a organização defende o modelo do Papagro, como sendo “viável, apesar dos constrangimentos” que a operacionalidade do programa registou. “É adequado ter um local onde o produtor deixa os produtos que depois são escoados para as cadeias comerciais”.
Nesta nova fase, por causa da covid-19, os camponeses defendem que sejam os comerciantes a ir ter com eles, às zonas rurais, e não o contrário.
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