RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO

País põe em causa adesão à AFC

02 Dec. 2020 Economia / Política
País põe em causa adesão à AFC
D.R

O Governo não vê benefícios da adesão a instituições internacionais como a  Corporação Financeira Africana (AFC, na sigla em inglês).

O ministro das Relações Exteriores, Tete António, explica que a adesão do país a instituições desta natureza, “semelhantes ao Banco Africano de Desenvolvimento ou ao African Eximbank”, passa por um exercício de avaliação. “E nós estamos a fazer esse exercício com o Ministério das Finanças, de avaliarmos a importância da nossa adesão a muitas instituições internacionais”, com as quais o país gasta 100 milhões de dólares anuais.

Para o chefe da diplomacia angolana, “o país adere a muitas organizações internacionais e, quando se faz o balanço do que realmente se foi buscar, comparado aos custos, nem sempre chega a resultados positivos”.

Aia Eza da Silva, secretária de Estado para o Orçamento, também acha que “o Governo não é obrigado a aderir a mais uma instituição internacional, estando aptas para o efeito outras organizações nacionais e privadas”. “A jóia exigida é cara e o dinheiro que gastamos poderia servir para outras coisas”, afirmou a governante, destacando “três ou quatro organizações (que não citou), onde efectivamente conseguimos financiamento e ganhos particulares”.

“Se for de graça, participamos, mas, se tivermos de pagar – e hoje todas elas têm de se pagar – temos de ver o custo-benefício em termos da participação”, sugeriu a governante.

Angola ainda não faz parte da AFC, criada em 2007, com um capital de cerca de 6,6 mil milhões de dólares, 55,3% provenientes do sector privado e 44,7% do governo da Nigéria. Trata-se de uma entidade da qual fazem parte, além da Nigéria, o Benim, Cabo Verde, Chade, Costa do Marfim, Djibuti, Eritreia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Quénia, Libéria, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Ruanda, Serra Leoa, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.