País põe em causa adesão à AFC
O Governo não vê benefícios da adesão a instituições internacionais como a Corporação Financeira Africana (AFC, na sigla em inglês).
O ministro das Relações Exteriores, Tete António, explica que a adesão do país a instituições desta natureza, “semelhantes ao Banco Africano de Desenvolvimento ou ao African Eximbank”, passa por um exercício de avaliação. “E nós estamos a fazer esse exercício com o Ministério das Finanças, de avaliarmos a importância da nossa adesão a muitas instituições internacionais”, com as quais o país gasta 100 milhões de dólares anuais.
Para o chefe da diplomacia angolana, “o país adere a muitas organizações internacionais e, quando se faz o balanço do que realmente se foi buscar, comparado aos custos, nem sempre chega a resultados positivos”.
Aia Eza da Silva, secretária de Estado para o Orçamento, também acha que “o Governo não é obrigado a aderir a mais uma instituição internacional, estando aptas para o efeito outras organizações nacionais e privadas”. “A jóia exigida é cara e o dinheiro que gastamos poderia servir para outras coisas”, afirmou a governante, destacando “três ou quatro organizações (que não citou), onde efectivamente conseguimos financiamento e ganhos particulares”.
“Se for de graça, participamos, mas, se tivermos de pagar – e hoje todas elas têm de se pagar – temos de ver o custo-benefício em termos da participação”, sugeriu a governante.
Angola ainda não faz parte da AFC, criada em 2007, com um capital de cerca de 6,6 mil milhões de dólares, 55,3% provenientes do sector privado e 44,7% do governo da Nigéria. Trata-se de uma entidade da qual fazem parte, além da Nigéria, o Benim, Cabo Verde, Chade, Costa do Marfim, Djibuti, Eritreia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Quénia, Libéria, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Ruanda, Serra Leoa, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.
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