Paz e crise dominaram as preocupações
NAÇÕES UNIDAS. Mais de cem chefes de Estado e líderes governamentais participaram, na sede da ONU em Nova Yorque, na 73.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas que decorreu entre 18 e 25 de Setembro.
João Lourenço, Presidente de Angola
“Acreditamos que a experiência de Angola no estabelecimento da paz e da reconciliação entre as forças em conflito foi positiva para as Nações Unidas, no sentido em que lhe permitiu tirar conclusões úteis para abordar processos de paz noutras regiões do mundo”. “Criada há 73 anos, com o propósito declarado de restabelecer a paz e a concórdia universal, de conferir os mesmos direitos à nações grandes e pequenas e em criar um mundo de cooperação, progresso e bem-estar, a ONU ainda está longe de cumprir o que está expresso na sua carta.”
Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos
“Encontrei-me com Kim Jong-un, face a face, e tivemos uma conversa altamente produtiva. Concordámos que deveríamos buscar a desnuclearização e depois adotamos medidas encorajadoras que poucos poderiam imaginar. Quero agradecer ao líder Kim pela coragem e os passos dados, mas ainda há muito trabalho a ser feito. As sanções permanecerão até que a desnuclearização seja completa. (…) “A OPEPe os países da OPEP estão, como sempre, a roubar o resto do mundo, e eu não gosto disso. Ninguém deveria gostar disso”. (…) Em menos de dois anos, a minha administração conquistou mais do que quase todas as administrações na história do nosso país.”
Michel Temer, Presidente do Brasil
“Quantos oradores já não vieram a esta tribuna advogar o aprimoramento da ordem internacional que edificamos ao longo de décadas? Muitos foram esses oradores. Eu mesmo me incluo entre eles. E, creio, tínhamos razão. Ainda temos razão e as palavras que pronunciamos continuam actuais. Mas, se queremos aprimorar a nossa ordem colectiva, hoje impõe-se outra tarefa: a de defender a própria integridade dessa ordem. Ordem que, por imperfeita que seja, tem servido às causas maiores da humanidade”. “Os desafios à integridade da ordem internacional são muitos. Vivemos tempos toldados por forças isolacionistas. Reavivam-se velhas intolerâncias. As recaídas unilaterais são cada vez menos a excepção. Mas esses desafios não devem – não podem – nos intimidar. Isolacionismo, intolerância, unilateralismo: a cada uma dessas tendências, temos de responder com o que nossos povos têm de melhor… Pois à primeira dessas tendências – o isolacionismo –, o Brasil responde com mais abertura, mais integração.”
Jorge Carlos Fonseca, Presidente do Cabo Verde
“Acreditamos firmemente, em nome da clemência e em nome da prudência, que a pena capital não se revele como um instrumento adequado e justo. E nem sequer eficiente de reposição do direito, tendo em conta as suas insuperáveis fragilidades e condicionalidade. (…). A opção por uma política de paz, de diálogo e de entendimento, na prevenção e na resolução de conflitos, mais do que a explicitação e a assunção desses valores, é emanação de um modo de estar e de ser dos cabo-verdianos. De uma cultura de tolerância, que tem permitido que, ao longo das quatro décadas da sua história como país soberao, tais valores e princípios tenham informado as políticas do nosso país.”
Nikolas Maduro, Presidente da Venezuela
“O nosso país está acossado, a ser agredido. Ontem, neste mesmo lugar, o presidente dos EUA falou mais uma vez contra o nosso nobre povo da Venezuela, defendeu a doutrina Monroe [‘América para os americanos’]. Estou disposto a falar com a agenda aberta com o governo dos EUA sobre todos os temas que queiram, falar com humildade, franqueza e sinceridade. A Venezuela defende, como presidente do Movimento dos Países não Alinhados, a bandeira do diálogo entre as civilizações.”
Marcelo de Sousa, Presidente de Portugal
“Defendemos multilateralismo, assente no Direito Internacional e na Carta das Nações Unidas, a reforma do sistema das Nações Unidas, a prevenção de conflitos, a manutenção e sustentação da paz, a preocupação com as migrações e os refugiados, o combate ao terrorismo e aos crimes internacionais, os oceanos e a segurança marítima, as alterações climáticas e a Agenda 2030, a igualdade de género e a aposta nos jovens.”
Emmanuel Macron, Presidente da França
“Devemos olhar com lucidez para o tempo que vivemos hoje. Vivemos uma crise da ordem liberal ‘westefaliana’. A nossa capacidade de resposta colectiva é, muitas vezes, entravada por divisões no Conselho de Segurança da ONU. Os responsáveis estão aqui, são os dirigentes, que somos todos nós. Temos de mudar de método, rever as nossas regras, tanto a nível comercial, como social. Devemos restabelecer o poder da Organização Mundial do Comércio em arbitrar diferendos comerciais. É preciso refundar a OMC.”
JLo do lado errado da história