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POR SUPEITA DE DESVIO DE FUNDOS

PGR ordena prisão de três gestores públicos

10 Sep. 2018 Valor Económico De Jure

CRIMES ECONÓMICOS. Processo desencadeado em Abril já levou à cadeia, pelo menos, dois empresários e três gestores públicos por suspeita de desvio de mais de dois mil milhões de kwanzas. Montante serviria para pagamento de subsídios a mais de quatro mil professores.

Aerico chicote educacao huila

Pelo menos, três dirigentes públicos foram parar à prisão, na semana finda, por ordem da Procuradoria Geral da República (PGR), por suspeitas de cometimentos de crimes económicos de vária indole.

António Ndassindondyo, antigo secretário-geral do governo da Huíla, foi detido na passada terça-feira, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), ao passo que Amércio Chicote, ex-director da Educação provincial, foi detido na segunda-feira, assim como Sousa Dala, ex-delegado das Finanças. Os três ex-gestores públicos são acusados de envolvimento em crime de peculato, abuso de confiança, lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção passiva, no caso do alegado desvio de dois mil milhões de kwanzas que serviriam para o pagamento de subsídios a mais de quatro mil professores.

No processo, são arrolados também como arguidos dois empresários, no caso os sócios da empresa SICO-Soluções Gestão e Empreendimento, detidos em Agosto último em Luanda e levados sob custódia ao Lubango, pelo SIC. Em declarações à Angop, a advogada dos acusados, Alexandrina Domingos, confirmou a detenção dos seus constituintes e afirmou que decorre um processo de interrogatório por acareação na PGR.

De 68 anos e reformado em Maio último, António Ndansindondyo foi secretário-geral do governo da Huíla desde 1992, um ano após ter ingressado no quadro de trabalhadores do executivo local, depois de ter estado nos Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes e na antiga assembleia do povo.

Américo Chicote, por sua vez, viu o seu caso surgir em Abril último, depois de reveladas suspeitas do seu suposto envolvimento no desvio dos fundos, disponibilizados pelo Ministério das Finanças, em 2014, para o pagamento de subsídios de exame e de chefia.

Já o ex-delegado das Finanças foi detido no Huambo, sob mandato de captura, e transferido para o Lubango, por alegadamente ter sido o responsável da comissão de pagamento aos professores, no mesmo processo.

O gestor, que, à data da detenção, exercia funções de delegado das Finanças no Huambo, é também acusado de estar envolvido na burla de 200 milhões de kwanzas que terá recebido do Governo da Huíla, em 2015, para adquirir 23 laboratórios para escolas do I e II ciclos da província.