‘Poços velhos’ baixam produção petrolífera
A produção petrolífera de Angola deverá registar baixas a partir de 2019, podendo estender-se até 2023, devido ao envelhecimento dos poços que perdem fulgor, o que provoca perda de entusiasmo por parte dos investidores externos face às perspetivas pouco competitivas, lê-se num relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).
De acordo com o documento, denominado Oil Market Report, Angola vai produzir este ano 1,65 milhões de barris por dia (bpd), a mesma quantidade que em 2017, mas, em 2019, a produção deve cair para os 1,60 milhões de bpd, descendo ainda mais para 1,56 em 2020. As previsões da AIE indicam que Angola deverá registar a maior queda em 2023, descendo 370 mil barris por dia (21,8%).
O documento acrescenta que os poços em águas ultra-profundas precisam de melhorias e, desde que a produção atingiu o ‘pico’ de quase 1,9 milhões de bpd, em 2016, tem sido difícil suster os declínios, com os “projectos mais caros a serem adiados ou abandonados”.
A AIE avança que “mesmo a produção dos novos poços em 2016, como a Mafumeira Sul, operado pela Chevron, ou o da Eni, em 2017, foi anulada pela queda em campos mais maduros”. Ainda assim, a AIE prevê que a capacidade de produção angolana “terá um pequeno impulso em 2018” devido ao projecto Kaombo, da Total, o último a ser aprovado antes da queda dos preços do petróleo, em meados de 2014.
No capítulo com o subtítulo ‘Angola arrasta-se em África’, lê-se ainda que “Angola está quase completamente dependente do petróleo para alimentar a sua economia e, em Novembro de 2017, o novo Presidente, João Lourenço, colocou uma nova administração na Sonangol como parte da sua aposta para reanimar o investimento estrangeiro”. O VALOR procurou ouvir a reação do Governo, mas o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Dimantino Azevedo, escusou-se a comentar.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...