Presidente promete uma “nova Angola”
João Lourenço quer seduzir empresários portugueses. Promete mais transparência nos negócios.
O Presidente da República acenou com o “combate à corrupção” e “maior transparência” nos negócios para seduzir empresários portugueses a investirem em Angola. Essa foi a tónica maior de João Lourenço na Assembleia da República portuguesa, num discurso marcado pelas questões económicas.
Além de reforçar a intenção de “combater a corrupção e a impunidade”, o Presidente insistiu na diversificação da economia e garantiu estar a “construir uma nova Angola de transparência e concorrência leal nos negócios”.
Perante os deputados portugueses, e ladeado por Marcelo Rebelo de Sousa, chefe de Estado português, e Ferro Rodrigues, presidente do Parlamento luso, João Lourenço destacou que a grande prioridade passa por fazer a economia angolana a estar “menos dependente do petróleo”, elegendo a agricultura como uma das áreas prioritárias, anunciando que Angola está a negociar um acordo global com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para potenciar o investimento nessa área.
Dirigindo-se directamente aos portugueses, João Lourenço defendeu uma maior abertura aos investimentos portugueses, garantindo mesmo as portas abertas para mais empresários lusos. No entanto, o Presidente da República sublinhou a necessidade da cooperação ser estendida à ciência, cultura, desporto e educação, reafirmando que a relação entre os dois países não se pode resumir às questões económicas.
Mais de 400 empresas portuguesas marcam presença em Angola, proporcionando um volume de negócios de quatro mil milhões de euros anuais.
No Parlamento, João Lourenço foi aplaudido por quase todas as bancadas, com a excepção do Bloco de Esquerda, em que os seus deputados até se recusaram a cumprimentar o Presidente angolano. A presença de João Lourenço no Parlamento português foi um momento histórico nas relações entre os dois países. O Presidente de Angola foi recebido com honras que poucos estadistas receberam. Antes dele, apenas os reis de Espanha, Xanana Gusmão, quando Timor se tornou independente, Jacques Chirac, presidente da França, e dois presidentes brasileiros, Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva.
“Quem no fundo acaba por ter poder sobre o judicial...