Produção de batata-doce e feijão dispara no Dombe Grande
AGRICULTURA. Número de beneficiários de projecto de extensão rural também subiu, além da área de cultivo que cresceu 66%. Investimento aplicado já supera os 160 milhões de kwanzas.
A produção por hectare de batata-doce e de semente de feijão no Dombe Grande, em Benguela, aumentou “significativamente” desde 2019, ano em que os produtores da localidade passaram a ser apoiados com formação e técnicas inovadoras pela Associação para o Empreendedorismo (Seiva).
Segundo o relatório da associação, referente ao exercício de 2020, a produção de batata-doce, por exemplo, disparou 233,3%, saindo de três toneladas por hectare, em 2019, para 10 toneladas por hectare no ano passado. Quanto à produção de semente de feijão, os dados apontam para um crescimento de 25%, saltando das 9,4 toneladas por hectare para 11,8 toneladas. Desempenho semelhante teve ainda a área de cultivo que passou dos 120 para os 199,3 hectares, um acréscimo de 66%, enquanto o número de beneficiários do projecto da associação aumentou 9,3%, ou seja, saindo das 161 para as 176, no período.
Benjamim M’bacassy e Rômulo Peixoto, técnicos da Seiva, reportam que, aquando da chegada ao Dombe Grande, há três anos, “os camponeses estavam desmoralizados e praticamente decididos a abandonar o cultivo do tubérculo”. No entanto, com a aplicação de mais de 160 milhões de kwanzas em recursos humanos e equipamentos (51% dos quais na formação e investigação), recuperou-se o ânimo dos produtores, de tal sorte que a produção e o número de beneficiários directos e indirectos tem vindo a crescer, graças também ao conhecimento que oito engenheiros agrónomos recrutados na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade José Eduardo dos Santos, no Huambo, têm levado a cabo. “O foco da Seiva é tornar o Dombe Grande num pólo de desenvolvimento, a partir do qual serão ‘contagiados’, com o saber, outros camponeses da província e do país com técnicas de cultivo modernas e sementes melhoradas”, explicam os técnicos Benjamim M’bacassy e Rômulo Peixoto.
Ao lembrarem que 70% da proteína consumida vem do campo, os dois técnicos vêm nisso razão suficiente para o aumento da produção e da produtividade das famílias camponesas.
Além de ensinar técnicas avançadas de cultivo, a Seiva preocupa-se também com o escoamento da produção, argumentando que os camponeses têm de ter noção de que vão produzir e terão mercado. “Entendemos que, se souberem dos custos de produção e o mercado onde vão vender, terão maior rentabilidade e isso melhora a sua qualidade de vida”, explicam os técnicos da associação sediada em Benguela.
Os dados sobre assistência técnica e extensão rural no Dombe Grande reportam que, em 2019, o projecto beneficiou indirectamente 805 camponeses.
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