Produção de cacau em Cabinda à espera de ‘sinal verde’ da Agricultura
Desde o ano passado que 20 pequenos agricultores de Maiombe, em Cabinda, dedicados ao cultivo de cacau, aguardam pelo início da produção destinada à exportação para a Holanda e para outras grandes economias mundiais.
O arranque está condicionado a uma resposta das autoridades. O Ministério da Agricultura e Pescas ainda não respondeu a uma proposta do empresário angolano Joaquim Van-Dunem dos Santos, proprietário de uma média fábrica de chocolates em ascensão nos Países Baixos, que sugeriu trabalhar com o Governo no sentido de juntos dotarem os agricultores de técnicas, dentro do padrão internacional, para que o cacau angolano seja comprado a bom preço no exterior e para que se aumente consequentemente a produção.
Segundo o empresário, duas grandes indústrias de chocolate da Holanda mostram-se interessadas em comprar o cacau e questionam “reiteradamente” quando poderão adquirir o produto, ficando, entretanto, sem respostas. “Fizemos o processo da fermentação e secagem em Cabinda, fizemos os testes e foi classificado como bom cacau. Esperemos, por isso, que o Governo abra as portas, sendo que os agricultores de Cabinda estão à espera de técnica para todo o processo. Já temos clientes garantidos na Holanda”, insiste.
A primeira fase da operação poderá facilitar a exportação de 40 toneladas de cacau orgânico, tão procurado na Europa. A quantidade pode ser alargada, com o incentivo à produção e o surgimento de novos empreendedores agrícolas. A segunda fase passará pela implantação de uma fábrica de transformação de cacau na região, num investimento em avaliação com os parceiros.
Van-Dunem dos Santos lamenta o facto de actualmente os pequenos produtores venderem aos congoleses que posteriormente revendem às industrias europeias, “ostentando-se pelo mundo como se fossem os principais produtores”.
O empresário vê, no negócio, uma “importante fonte de arrecadação de divisas”, já que análises laboratoriais conferiram “enorme qualidade” ao cacau angolano.
A capacitação dos produtores está estimada em 400 mil dólares, 20 mil dos quais para serem gastos na primeira fase. Na eventualidade de o Governo não dar resposta favorável à proposta, o empresário abre a possibilidade de entrar em parceria com instituições privadas.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...