ANGOLA GROWING
ANGOLA LNG

Produção do gás em baixa

O Governo prevê produção diária do gás abaixo da estimativa para 2016, na fábrica Angola LNG, instalada no Soyo, que retoma os trabalhos nos próximos dias. Após nova paralisação, a unidade deverá ficar mais de 5.000 barris equivalentes de gás abaixo da produção diária estimada para este ano.

A fábrica retomou a exportação de carregamentos de gás natural liquefeito (LNG) em Junho último, dois anos após o encerramento da unidade, que representou um investimento de 10 mil milhões de dólares, devido a um incêndio num dos gasodutos. Contudo, no mês seguinte, em Julho, voltou a parar, para testes e manutenção que só agora foram concluídos.

O reinício da actividade é apontado pela empresa para "final de Setembro", entretanto o Governo fez uma revisão em baixa a produção de gás esperada para a fábrica Conforme dados que constam da revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE), aprovado a 19 de Setembro pela Assembleia Nacional, a produção petrolífera do país situar-se-á em 2016 nos 654,6 milhões de barris, correspondente a uma produção média diária de 1.793.400 barris.

"Incluindo a produção do Angola LNG, que poderá alcançar uma produção média diária de 54.145 barris equivalentes, abaixo dos níveis de produção média diária de 60.000 barris equivalentes inicialmente previstos", lê-se no documento.

A Angola LNG - participada em 22,8% pela Sonangol - anunciou em Março deste ano que vai começar a fornecer, ainda em 2016, gás natural liquefeito ao grupo EDF, o maior produtor de energia eléctrica do mundo, através de um "acordo flexível" rubricado com a EDF Trading.

O acordo de venda prevê a entrega de vários carregamentos a partir de 2016 e vigorará até 2018, anunciou a administração da fábrica. Angola é actualmente o maior produtor de petróleo da África subsaariana, mas o gás associado tem sido queimado ou reinjectado nos poços.

Instalada no Soyo, província do Zaire, a fábrica Angola LNG encontrava-se paralisada desde 10 de Abril de 2014, tendo sido lançada uma intervenção de reabilitação na unidade. O nível projectado de produção e processamento da unidade é de cerca de 5,2 milhões de toneladas de LNG por ano, além de propano, butano e condensados, mas a laboração foi então suspensa.

Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, o projecto reúne, além da Chevron (36,4%), a Sonangol (22,8%), a britânica BP Exploration (13,6%), a italiana Eni (13,6%) e a francesa Total (13,6%).

A capacidade de produção da Angola LNG envolve ainda 125 milhões de metros cúbicos de gás natural para consumo doméstico e tem uma frota dedicada de sete navios tanque e três cais de carregamento.