SECTOR AGRÍCOLA

Qin Yinglin, o agricultor mais rico do mundo

24 Nov. 2020 Gestão

BILIONÁRIO. Também conhecido por ‘rei dos porcos’, Qin Yinglin, ganhou mais de 14 mil milhões de USD desde 2019, comprovado que o sector resiste a crises e que pode bem aproveitar as oportunidades que estas apresentam.

Qin Yinglin, o agricultor mais rico do mundo
D.R

Aos 55 anos, o chinês Qin Yinglin, é o 43º mais rico do mundo, com mais de 18 mil milhões de USD, segundo a Forbes. No entanto, o Financial times colocava a fortuna do maior criador de porcos do mundo em cerca de 22 mil milhões de dólares, depois de no ano passado a gripe suína ter levado a um aumento de 160% do preço da carne suína nos mercados internacionais.

“A gripe suína vai fazer muitos pequenos fechar e assim colocar-se como oportunidade para os mais fortes na indústria” explicou o multibilionário reservado e que poucas vezes fala à imprensa, que viu as acções da sua empresa disparar em 200% em 2019. “Os magnatas das tecnológicas podem tomar conta dos rankings mundiais mas a fortuna que cresceu mais rapidamente foi a do criador de porcos” dizia um analista ao Business Insider. 

Qin Yinglin nascido em Henam, a província mais populosa da China, e a mulher, Qian Ying ambos de origens humildes, formaram-se em criação de animais no final da década de 80, levados pela reforma económica da China, e começaram em 1992 a sua criação com 22 porquinhos.

Hoje, a sua empresa Muyuan Foods cria mais de 10 milhões de porcos, num país em que o consumo de carne de porco é parte da cultura. A China é o maior consumidor e o maior produtor de carne suína e este facto, que enriqueceu o casal, é o mesmo que pode levar a intervenções do Estado para baixar os preços, levando a que a fortuna de Qin Yinglin se ressinta. Segundo avisam analistas que apontam para que os mais de 6 mil milhões de USD que a Muyuan facturou entre Feveiro e Abril deste ano o trono de maior agricultor do mundo pode desaparecer com a mesma rapidez. 

A Muyuan estreou-se na bolsa de Shenzhen em 2014 e a listagem foi instrumental para a capitalização da empresa que contou também com um financiamento do Banco Mundial através do IFC o braço dedicado ao sector privado da instituição. O casal retém cerca de 60% das acções da empresa que criaram em 1992.

O negócio não apenas se valorizou durante a crise do covid como fez o mesmo face à gripe suína devido, segundo Qin Yinglin, a uma grande capacidade de dar respostas atempadas ao desafio de higienização e introdução de protocolos de segurança de saúde que se tornaram marca dos seus produtos. Para além de carne, a Muyuan Foods especializou-se também na venda de animais e na produção de rações e é prova de que há milhões à espera de ser colhidos no sector agrícola.