‘Quiminha’ cede espaço a agricultores
AGRICULTURA. Atribuição de espaços a agricultores ‘forasteiros’ resulta em descontentamento dos camponeses residentes que mantêm diferendo de titularidade com o Projecto Quiminha. Técnico do Projecto garante, no entanto, que não existem mais “pendentes”.
Vários camponeses associados à cooperativa Banza Yeto, na Quiminha, no Icolo e Bengo, em Luanda, manifestam-se descontentes por a empresa gestora do projecto integrar no local camponeses alheios à circunscrição, em detrimento dos residentes, cuja maioria ainda mantém um diferendo de titularidade de terra com a empresa.
O Projecto Quiminha foi concebido pelo Governo, em 2012, numa área de mais de cinco mil hectares, com o propósito de reintegrar, com quites agrícolas e residências, 300 famílias camponesas que trabalhavam na localidade, antes do projecto. Entretanto, de acordo com a cooperativa, até ao momento, as coisas não têm ocorrido como previsto.
Face à alegada demora na atribuição das casas e/ou áreas para o cultivo, alguns camponeses preferiram ser indemnizados, outros aguardaram até terem beneficiado dos direitos inicialmente prometidos, e outros ainda mantiveram esperança de também beneficiar das casas ou terrenos para o cultivo. No entanto, acabaram por ser preteridos a favor de “pessoas alheias ao local”.
À Angop, Hemenergildo Viera Dias, técnico do projecto, assegurou que as negociações com os “camponeses estão num bom caminho” e que já “não existem questões pendentes”.
Entre outros objectivos, o Pólo Agrícola da Quiminha surge no quadro do programa de aumento da produção interna, para a redução das importações. Antes da implementação do projecto, foi feito um levantamento e cadastramento de todos os camponeses que praticavam agricultura de sequeiro, e em condições difíceis, na área onde está a ser executado.
Até Novembro do ano passado, o projecto colhia pouco mais de 79 mil ovos diários e perspectivou-se, para os anos subsequentes, aumentar a produção para 24 milhões de ovos por ano.
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