Em várias partes do país

Recenseadores rejeitam trabalhar enquanto INE não pagar merenda diária de 1.500 kwanzas

Vários recenseadores, em quase todo país, recusam-se a trabalhar, preferindo ficar em casa, até que tenham reflectido nas suas contas bancárias o dinheiro da merenda diária de 1500 kwanzas que deveria ser paga de 15 em 15 dias pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Recenseadores rejeitam trabalhar enquanto INE não pagar merenda diária de 1.500 kwanzas
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Há recenseadores que desde que começou o Censo Geral da População e Habitação, a 19 de Setembro, ainda não estiveram no campo a conhecer a sua secção censitária e outros que simplesmente começaram e decidiram parar por causa da falta de pagamentos.  
Luanda, Huíla, Benguela, Huambo, Cuanza-Sul, Bengo são as províncias onde se manifestam as maiores preocupações com distritos distritos em que os recenseadores contratados ainda não estiveram em campo. Há municípios em que o censo só arrancou nesta terça-feira. Na Ganda, em Benguela, por exemplo, o censo arrancou na terça-feira. Pelas redes sociais, hoje, circulam vídeos de um protesto que aconteceu em Benguela, em que os recenseadores gritam frases como: “sem merenda não há censo”. Luanda, província com maior número de habitantes e que representa mais de 30% da população é onde se regista mais baixas no número de recenseadores. No Cazenga, por exemplo, o recenseamento só arrancou hoje.   
O INE reconhece os atrasos, mas justifica com as confirmações do IBAN (número da conta bancária) por parte dos recenseadores. Situação que é desmentida em várias reclamações pelas redes sociais por parte dos recenseadores. Uma fonte bem posicionada do INE revelou ao Valor Económico, que Luanda actualmente é a província onde se registam mais atrasos no pagamento das merendas. “Na reunião que tivemos ontem (na segunda-feira) com os responsáveis de Luanda disseram que todas listas estão fechadas. A maioria dos distritos já está em processamento de pagamentos. Provavelmente, a informação que tem é que um ou dois distritos que entendam que o campo deve ocorrer só com os valores nas contas”.  
A fonte nega que o INE não tenha verbas para o pagamento dos recenseadores e atira a culpa aos responsáveis provinciais. Em resposta a quem questiona a qualidade da informação, a fonte acredita que a estatística será “100% de qualidade”.  
Actualmente, na organização do censo, persistem a falta de material em algumas zonas, e a falta de domínio por parte dos recenseadores para manusear os tablets, principal instrumento da recolha de dados.