Reestruturação da Taag também pode implicar o fecho de rotas
O plano de reestruturação da Taag pode implicar o encerramento de algumas rotas internacionais, segundo o presidente da comissão executiva da transportadora, salientando que a situação “está difícil para todos”.
Reagindo ao anúncio das companhias sul-africana e namibiana de deixarem de voar para vários destinos, incluindo Luanda, Rui Carreira colocou de parte a possibilidade de encerrar a ligação com a África do Sul, considerando “muito boa, embora os resultados ainda não sejam os esperados” por estarem a usar aviões de grande porte.
Sobre se existe alguma estratégia para a Taag explorar o abandono da rota de Luanda pela tranportadora sul-africana, o gestor salientou que vão analisar “como se vai reflectir do ponto de vista comercial”. “Estamos a estudar que medida tomar”, reforçou, prometendo, para os próximos dias, o anúncio do plano de reestruturação.
Em comunicado, a South Africa Airways (SSA) indicou que, por razões financeiras, eliminou as rotas de Luanda e da cidade brasileira de São Paulo, mantendo entretanto voos para Maputo (Moçambique). A SAA decidiu ainda cortar as ligações para as chinesas Guangzhou e Hong Kong, numa altura em que várias companhias suspenderam voos para a China continental, devido ao coronavírus.
A SAAA sublinhou que todos os passageiros com bilhetes para voos cancelados a partir de 1 de Março vão receber um reembolso integral. A companhia sublinhou que as medidas fazem parte de um plano de reestruturação que será divulgado no final deste mês.
A SAA já tinha anunciado o cancelamento de cerca de 150 voos previstos para Fevereiro para cortar custos. Desde 2011 com prejuízos, emprega cerca de 10 mil pessoas, num país que conta com uma taxa de desemprego de 29%. No final de Janeiro, o estatal Banco de Desenvolvimento da África do Sul anunciou um financiamento à companhia no valor de 3,5 mil milhões de rands (cerca de 214 milhões de euros), afastando o risco de falência.
Por sua vez, também a Air Namíbia deixou de escalar a rota Winhdoek- Luanda, desde domingo último “por falta de viabilidade”, segundo o diário The Namibian.
Xavier Masule, presidente interino da Air Namíbia, estimou que “esta ligação apresenta perdas a um nível que não é sustentável e não há perspectivas de que a situação mude no futuro próximo”. A Air Namíbian voa para Luanda desde 1992. Entre 1998 e 2015 chegou a ser a rota mais rentável da companhia.
JLo do lado errado da história