Segundo o Plano de Endividamento Anual

Reformas socioeconómicas condicionam financiamento de 700 milhões USD do BAD

O Governo está a negociar um financiamento de tesouraria do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), de 700 milhões de dólares, mas que está condicionado à implementação de reformas socioeconómicas em Angola.

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De acordo com informação constante do Plano de Endividamento Anual (PAE) de 2018, elaborado pelo Ministério das Finanças, citado pela Lusa, esse financiamento ao Estado seria enquadrado para a execução de diversos projectos públicos. Contudo, lê-se no documento, "entendeu-se que os fundos poderão ser canalizados para o apoio à tesouraria". O respetivo financiamento, no entanto, está pendente a implementação de reformas estruturantes a nível sócioeconómico do país que permitam melhorar a actual conjuntura macroeconómica, segundo o documento.

O presidente do BAD, Akinwumi Adesina, tinha já considerado, em Novembro, que é "absolutamente necessária" a diversificação económica em Angola, mas que não implica um aumento da despesa pública e sim a criação de condições legais que impulsionem o investimento privado.

"A diversificação económica não depende da despesa pública, depende dos incentivos que se criem para os privados entrarem nos setores da atividade", disse Akinwumi Adesina, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa.

Desde o início das actividades do BAD em Angola, em 1980, o banco já aprovou 43 empréstimos no total de 2 mil milhões de dólares. As operações em curso incluem nove projectos na área das finanças, que representam mais de metade dos 626 milhões de dólares que o BAD tem actualmente investidos no país. Os pilares estratégicos de intervenção são o crescimento inclusivo através da transformação do sector agrícola e o apoio ao programa de desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis.