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RETROSPECTIVA 2016

Lançamento do VE

A sala foi pequena para receber os cerca de 500 decisores, economistas, empresários, gestores e governantes que assistiram ao lançamento do VE a 21 de Março numa conferência internacional em que Thomas Sargent, Nobel de Economia em 2011, abordou os conceitos clássicos da economia à realidade angolana. Foram ainda prelectores o então ministro das Finanças Armando Manuel e o ex-ministro de Estado, Manuel Nunes Júnior.

 

Contas no exterior sob alerta

O acordo que o BNA foi obrigado a assinar com o Grupo de Acção Financeira Internacional, para sair da lista de monitoramento global Anti-Lavagem de Dinheiro e Contra o Financiamento do Terrorismo que limitou a venda de divisas, começou a causar constrangimentos nas movimentações financeiras.

 

RDC cobra 500 milhões USD à Sonangol

A RDC cancelou a sua permanência da Zona de Interesse Comum(ZIC), mecanismo que previa a prospecção, exploração e produção de crude, na zona marítima entre Angola e aquele país, em protesto contra a medida angolana de concessão à Chevron parte da área. Segundo os congoleses, a situação teria beliscado os acordos, e a RDC exigia indemnização de 500 milhões USD. Em resposta à manchete deste jornal, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, esclareceu que a zona já havia sido cedida pela RDC, deixando de fazer parte da ZIC.

 

Bancos ‘impedidos’ de movimentar dólares para o exterior

Bancos ocidentais correspondentes e fornecedores de dólares à economia, retiraram-se de Angola, após serem notificados por reguladores internacionais sobre a subida de custo do risco associado à falta de ‘compliance’. O VE citava o Standard Chartered, Citi Bank e HBSC como sendo os bancos internacionais, que cortaram operações com a banca angolana.

 

OGE com défice fiscal de 5,9%

Governo antecipou alguns dos principais indicadores macroeconómicos do OGE de 2017 e destacou que o défice fiscal deverá situar-se na ordem dos 5,9% do PIB.

 

Decisão final discutida nas bases

JES

Comité Central do MPLA não oficializou nomes de João Lourenço e Bornito de Sousa para encabeçarem lista às eleições de 2017. Responsáveis do MPLA consultados afirmam que as estruturas de base deverão pronunciar-se. A sucessão de José Eduardo dos Santos, na presidência do partido e da República fez o destaque da 38º edição do VE e lembrava que o PR prometeu abandonar a política em 2018.

 

Acordo com o FMI encravado

As negociações entre o Governo e o Fundo Monetário Internacional, no quadro do mecanismo Extended Fund Facility, não iriam avançar por alegada indisponibilidade das autoridades angolanas nesta fase. O VE de 16 de Maio dava conta que a negociação entre o então ministro das Finanças, Armando Manuel, e o FMI não foi autorizada pelo Presidente Eduardo dos Santos. Mais tarde, a notícia confirmou-se e o ministro foi substituído por Archer Mangueira.

 

INACOM autoriza subida de UTT

Inicialmente, a unidade tarifária de telecomunicações (UTT) estava a ser negociada, entre o Instituto Angolano de Telecomunicações e operadoras de telefonia, para ter um aumento de 22%, passando de 7,2 kwanzas para os 8,8 kwanzas, mas o valor subiu para dez kwanzas por UTT, o que satisfez as expectativas das empresas. A nova tarifa entrou em vigor em Novembro.

 

Governo paga 400 milhões USD por mina parada

No primeiro semestre, os lucros da Trafigura Group foram impulsionados pelo pagamento de 400 milhões USD para um projeto de minério de ferro pelo Governo.

 

EUA quer independência nos investimentos em Angola

Helen La Lime, embaixadora dos EUA, alertou para a falta de independência nos investimentos em Angola, o que podia desviar o capital privado para outros países africanos.

 

Angola gasta sete vezes mais em serviços do que em comida

Em 2015, Angola gastou sete vezes mais com serviços do que com bens alimentares, numa média anual de 23.546 mil milhões de dólares, revela um documento oficial a que o VALOR teve acesso. O VE avança que os serviços de construção, seguros e assistência técnica, particularmente ao sector petrolífero, têm, nos últimos três anos, representado maior peso, em termos de pagamentos externos.