Reuniões nunca antes das 10 e nem depois das 12.30 horas
ORGANIZAÇÃO. Depois de popularizar a regra das ‘duas pizzas’ e de convencer outros líderes a banirem o PowerPoint das reuniões com os colaboradores, CEO da Amazon revela outra particularidade: tem um horário estabelecido para reuniões de alto nível.
Conhecido pela forma particular como marca e conduz as reuniões, Jeff Bezos tornou público mais uma particularidade dos seus encontros de trabalho de alto nível: nunca são às primeiras horas da manhã, nem depois do almoço, mas sim entre as 10 e 12.30 horas.
O fundador e presidente da Amazon fez esta revelação na semana passada, num jantar com o Economic Club de Washington, sublinhando que as reuniões que se adivinham “altamente desafiadoras mentalmente” marca, normalmente, para as 10 horas.
O homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em 150 mil milhões de dólares, garantiu que leva este princípio tão à risca que transfere, sempre que possível, para o dia seguinte, para a sua ‘hora bíblica’, as reuniões importantes que surjam no final do dia. “Às 5 da tarde, fico tipo ‘não posso pensar nisso hoje’. Vamos tentar novamente amanhã às 10 horas”, confessou. Explicou ainda que esta disciplina se deve à prioridade que dá ao sono “para manter a energia e o humor”.
Duas horas e meia para várias reuniões parecem poucas para um executivo do nível de Jeff Bazos. Ele, entretanto, pensa de maneira diferente. “Como executivo sénior, sou pago para tomar um pequeno número de decisões de alta qualidade”, justificou-se para depois acrescentar que o trabalho dos executivos seniores “não é tomar milhares de decisões todos os dias”, porque estas “valeriam pouco ou nada se tivessem pouca qualidade por culpa do cansaço ou do aborrecimento”.
“Isso (tomar muitas decisões no dia) realmente vale a pena se a qualidade dessas decisões for menor porque se sente cansado ou aborrecido?”, interrogou.
Outras regras
O detalhe ‘10/12.30’ para as reuniões de alto nível junta-se a outros, já conhecidos, de Jeff Bazos quando se trata de marcar reuniões. Os encontros rápidos e práticos são outra característica, tendo, a propósito, popularizado a ‘regra’ das ‘duas pizzas’. Ou seja, para ele, os encontros devem ser tão curtos e práticos que duas pizzas seriam suficientes para aguentar a reunião.
Quem o acompanha sabe, por exemplo, que baniu nas reuniões da Amazon o uso do PowerPoint, substituindo-lhe por memorandos. Em Abril, num fórum de liderança, o bilionário explicou que os novos executivos enfrentam um choque cultural nas suas primeiras reuniões na Amazon. Em vez de ler os marcadores em num ‘slide’ do PowerPoint, todos ficam em silêncio por cerca de 30 minutos para ler um “memorando de seis páginas que é narrativamente estruturado com sentenças reais, sentenças de tópico, verbos e substantivos”.
A prática vai somando seguidores. Na semana passada, foi a vez de Robert Glazer, fundador e CEO da Acceleration Partners, manifestar-se rendido ao método. “Comecei a lançar os memorandos nalgumas das nossas maiores reuniões, na esperança de abordar o grande momento de começar cada reunião com muitas actualizações”, explicou num fórum económico para depois dizer que se surpreendeu com o resultado.
“Para a minha surpresa, apenas alguns meses depois, os memorandos pegaram e foram universalmente adoptados por toda a empresa, por aqueles que os escrevem e por aqueles que os lêem. À medida que ampliámos o uso de memorandos por toda a organização, as vantagens tornaram-se cada vez mais claras.” Seguidamente, apontou as vantagens do modelo: eficiência, melhores perguntas e discussões, pensamento estratégico e um registo histórico de ideias e decisões.
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