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Na construção do edifício-sede

Saham investe 26 milhões de dólares

SEGUROS. Companhia detida pelos sul-africanos da Sanlam e da Santam Insurance justifica desembolso com necessidade de cortar custos com o arrendamento de imóveis. Administração quer rentabilizar edifício de nove andares em subarrendamento.

 

Saham investe 26 milhões de dólares

A Saham Seguros, entidade recentemente adquirida por dois grandes grupos financeiros sul-africanos, investiu 26 milhões de dólares na construção de um edifício de nove andares que, além de acolher a sede, vai estar disponível para subarrendar a outras companhias.

O CEO, Paulo Bracons, justifica o investimento com a necessidade de “dar melhor comodidade aos trabalhadores” e com a necessidade de reduzir os custos com o arrendamento de espaços para a sede, actualmente localizada num dos edifícios do centro financeiro do Belas Business Park. A decisão de subarrendar parte dos nove andares da nova estrutura a outras companhias, concorrentes ou fora do sector segurador, é “uma estratégia para recuperar o investimento”.

Este é dos primeiros investimentos de destaque da seguradora desde a entrada dos sul-africanos da Sanlam Emerging Markets e a Santam Insurance. Até 11 de Outubro de 2018, a Saham Finances detinha a maioria do capital da seguradora angolana, calculada em 53,37%. Com a operação de venda, passou a Sanlam a deter 90% do negócio, sendo que os restantes 10% ficam sob controlo da Santam.

Sem referir quanto a entidade gasta com arrendamento, o gestor sublinha apenas que os custos “têm sido muito elevados”. Paulo Bracons garante mesmo que o novo edifício “já está a ganhar forma”, pelo que prevê que esteja concluído até ao último trimestre do ano. “Este é um dos muitos desafios a que nos propusemos para 2019”, afirma, anunciando uma lista que inclui a expansão de produtos a particulares, com enfoque para o automóvel, a redução da dívida à resseguradora e a introdução do IVA.

Também junta aos desafios a implementação, já em Abril, do novo regime jurídico das facturas para os grandes contribuintes, sem deixar de referir as já discutidas dificuldades para a obtenção de divisas.

Apesar dos desafios, a companhia está “optimista”. O gestor lembra que já em 2018 o grupo segurador “enfrentou desafios” que não impediram que a Saham arrecadasse 21,6 mil milhões de kwanzas em prémios brutos emitidos, o que representou um avanço de 19,7% face a 2017, quando a contabilidade inscreveu pouco mais de 18 mil milhões. Números da Saham indicam que foi o ramo ‘saúde’ que liderou a carteira de prémios, encaixando, de Janeiro a Dezembro, 4,9 mil milhões de kwanzass. “A Saham deverá ser das grandes seguradoras que tem a carteira mais equilibrada em termos das diferentes linhas de negócio”, acredita Paulo Bracons, com olhos voltados também para criação da resseguradora nacional, a Angorre.

Da lista de produtos que mais contribuíram para os 21,6 mil milhões de kwanzas, captados em prémios brutos emtidos, está ainda o seguro automóvel. A contabilidade da companhia inscreve que o ramo facturou, de Janeiro a Outubro, quatro mil milhões de kwanzas, sendo que de Outubro a Dezembro, entrou com mais um incremento de 700 mil.