Segredos da campeã mundial de palestras públicas
CONCURSO. Professora norte-americana, de 31 anos, é a quinta mulher a vencer o concurso internacional desde que se iniciou em 1938. Fazer perguntas à plateia e agir em palco como se estivesse em combate são algumas das técnicas.
Romona Smith, de 31 anos, sagrou-se, no dia 25, campeã mundial do concurso 2018 de falar ao público, o ‘Toastmaster’. A norte-americana competiu com mais de 30 mil outros palestrantes de todo o mundo durante a competição de seis meses do ‘World Championship of Public Speaking’, a maior do género.
Dez finalistas fizeram discursos para uma multidão de duas mil pessoas em Chicago, nos EUA, durante a Convenção Internacional Toastmasters. Romona Smith é a segunda mulher afro-americana e a quinta mulher em geral a ganhar o campeonato de palestras públicas desde que a competição começou em 1938.
No discurso final, intitulado ‘Still Standing’ (‘Ainda de pé’), durante sete minutos, Romona Smith falou de como superou as várias adversidades da vida.
Em entrevista concedida, posteriormente, ao jornal ‘Business Insider’, a professora do ensino médio de Houston detalhou as técnicas que usou. O primeiro passo para um bom discurso é encontrar o caminho certo para transmitir informações ao público. Recorreu a uma metáfora com a qual muitas pessoas estão familiarizadas (uma luta de boxe), para descrever as várias vezes que se recusou a desistir, apesar de derrubada. Entre estes momentos, destacou o período em que desistiu da faculdade, o divórcio e os seus fracassos iniciais.
“Dor, dificuldade e adversidade são coisas com as quais todo mundo pode lidar, seja na América, na Austrália ou em África”, sublinhou, na entrevista. “Todos nós experimentamos momentos em que sentimos que a vida nos derrubou”, acrescentou.
Durante o discurso, Romona Smith apresentou-se muito animada, balançando os punhos e gesticulando, usando a postura de um pugilista. “Quando subi ao palco, disse: ‘Só vou fazer o que for bom. Vou fazer o que for certo. Não vou importar-me com o que acontece’’”, revelou. “Então cheguei lá em cima e dançava os pés, agindo como um pugilista”, completou.
A vencedora explicou que uma de suas técnicas mais importantes é fazer perguntas ao público e dar aos membros tempo suficiente para responderem. “Conseguem lembrar-se uma vez em que a vida tentou derrubar-vos?” interrogou, por exemplo, durante o discurso. “Quem foi o seu adversário mais difícil?”, foi outra das perguntas.
A técnica atrai o público e permite que se relacione mais com o palestrante, afirmou Smith.
Aprender com os grandes
Romona Smith confessou ter absorvido lições de inúmeros oradores públicos no circuito profissional e no seu clube local Toastmasters. Entre os quais Dananjava Hettiarachchi, um empresário do Sri Lanka que venceu a competição Toastmasters de 2014.
Hettiarachchi recomenda que os palestrantes abram as palmas das mãos para o público para transmitir abertura, algo que Smith fez ao longo do discurso vencedor. “Isso faz com que o público se sinta mais conectado, como se fosse realmente aberto, sou vulnerável e quero dar tudo de mim”, disse ela. “E isso faz parecer relaxada e confortável.” Porém, lembra a vencedora, é preciso depois “colocar a sua própria versão original e ser ousado o suficiente”.
A Toastmasters International é líder mundial em comunicação e desenvolvimento de liderança. A organização tem mais de 357 mil membros, que aprimoram as suas capacidades de conversação e liderança participando num dos 16.600 clubes em 143 países que compõem a rede global de locais para reuniões.
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