CURSO FOI DIRIGIDO A FUNCIONÁRIOS DO SECTOR

Seguro petrolífero ‘actualizado’

FORMAÇÃO. Enquanto se aguarda pela repartição de quotas entre operadoras do mercado, profissionais do sector foram formados por especialistas britânicos sobre especificidade do negócio.

As seguradoras que vão partilhar a gestão do seguro petrolífero “não possuíam conhecimentos relativos à dimensão, valores envolvidos e a complexidade destes riscos”, apontou a administradora da Ensa Seguros, Helena Francisco, no final do curso dirigido a funcionários das empresas do sector, ministrado por especialista do mercado de Londres.

De uma forma geral, como nota a gestora, as empresas convidadas a apresentar a retenção de risco do seguro petrolífero indicavam percentagens muito altas por falta de conhecimento. “No início, não olhávamos com muita seriedade a dimensão deste risco, provavelmente estaríamos a compará-lo a outros riscos que já existem em carteira de automóvel, acidentes de trabalho de responsabilidade civil”, afirmou a gestora. Com a formação, recentemente realizada em Luanda, a administradora da Ensa Seguros admite mudanças, antevendo “mais cautela” por parte das seguradoras antes de entrarem no negócio.

Após 15 anos sob a liderança da seguradora AAA, o regime especial do co-seguro petrolífero volta a ser liderado pela Ensa que deverá ceder quotas a todas as empresas seguradoras “sem restrições”.

O novo regime do seguro petrolífero foi aprovado por despacho Presidencial n.º 39/16 de 31 de Março, entretanto a sua efectivação aguarda pela repartição das quotas entre as seguradoras, uma tarefa acometida à Agência Reguladora e de Supervisão de Seguros.

Fonte vinculada ao processo adiantou, entretanto, ao VALOR, que o processo decorre dentro do ‘timing’, encontrando-se na fase de auscultação dos ‘players’, no caso as seguradoras, as petrolíferas, além de já terem iniciado negociações com o mercado de Londres.

Para o jurista Júlio Matias, especializado em seguros, o peso da actividade petrolífera na economia nacional e as características próprias da actividade justificam “que este assunto seja tratado com alguma diligência”, argumentando que a conjuntura de reforma em várias áreas, incluindo a petrolífera, “pode ser um aspecto relevante que faz com que o processo não tenha a celeridade desejada”.

Encaixam-se, entre as principais coberturas do seguro, a prospecção, despesas operacionais e atividades ligadas a questões financeiras que envolvem a indústria petrolífera.