Sete fábricas da Sonangol já estão à venda
ALIENAÇÃO. Igape sublinha que as primeiras instituições a serem vendidas vão servir de experiência-piloto. Manifestações de interesse são apresentadas por e-mail.
O processo de privatizações das unidades industriais da Sonangol, localizadas na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, vai arrancar com a venda de sete fábricas. Passados quase três anos desde o primeiro anúncio, publicado em Diário da República, a experiência adquirida da venda das primeiras sete industriais vai servir “como uma fase piloto que vai ajudar a refazer o programa para a alienação das outras indústrias”, avançou, ao VALOR, o presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (Igape), Valter Barros, que lidera o processo.
Os termos do concurso público vão ser anunciados formalmente em Diário da República brevemente. As escolhidas são a Univitro, vocacionada para o fabrico de vidros; Juntex, indústria de argamassa e cimento; Carton, de cartonagem; Absor, produção de absorventes; Indugidet, produtos de higiene e detergentes; Coberlen, de cobertores, e Saciango, produção de sacos de cimento.
As manifestações de interesse deverão ser enviadas para um correio electrónico disponibilizado pelo Igape, sendo que o instituto marcará visitas às unidades com possíveis investidores. “Vamos fazer depois uma selecção de acordo com as manifestações de interesse dos investidores e só depois é que vão ser seleccionados”, explicou Valter Barros.
Na sexta-feira passada, foi feita a primeira visita a algumas unidades, que permitiu ao Igape detectar a existência, na ZEE, de indústrias montadas que nunca chegaram a funcionar, outras que funcionam e têm trabalhadores e outras ainda que não chegaram a ser montadas e que se encontram em contentores.
As sete unidades seleccionadas estão montadas, mas só uma funciona e o instituto está, numa primeira fase, a resolver as questões desta última unidade que tem trabalhadores, activos e passivos. “Colocámos a funcionar para ensaiar como resolver a questão dos trabalhadores. Porque as que estão montadas e com trabalhadores têm um grau maior de complexidade do que as que estão montadas e não têm trabalhadores e nem dívidas, tem activos e não têm passivos”, ressaltou.
Feita a primeira avaliação do valor dos activos, seguem-se as manifestações de interesse e a definição do preço de venda de acordo com o tipo de investidores. “Vamos ter investidores que vão agregar valor e têm capacidade de investimento e podem resolver o passivo das empresas que já funcionavam. Depois vai negociar-se caso a caso”, especifica Valter Barros.
As manifestações de interesse já recebidas são de apenas investidores nacionais ou residentes em Angola. Ao todo, são 53 as fábricas detidas pela Sonangol, localizadas na ZEE, mas o VALOR soube, em 2016, que apenas 26 funcionavam. As unidades estão vocacionadas para o fabrico de tintas, torres metálicas, cabos de fibra óptica, telhas, tintas e vernizes, tubos, colchões, materiais de embalagens de plástico, pivôs de irrigação para agricultura, argamassa e cimento, vidros, torneiras, betão, entre outros.
Criada em 2009, numa área de 8.300 hectares, no quilómetro 30 em Viana, a ZEE tem como objectivo garantir a produção interna de bens básicos, combater a pobreza, criar emprego e garantir competitividade entre a industriais nacionais.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...