Sexo Farmacêutico’ em cartaz na Casa das Artes
TEATRO. Foi convidada pelo grupo teatral Cia-Dadaísmo para produzir a peça ‘Sexo Farmacêutico’ a ser apresentada de 26 a 30 de Setembro, na Casa das Artes, em Talatona, Luanda. A actriz, apresentadora e agora produtora de teatro Sophia Buco agarrou a oportunidade e promete dar ao público um espectáculo “diferente, com valor e com a qualidade que todos merecem”.
A actriz, apresentadora e produtora teatral Sophia Buco, de 33 anos, foi convidada pelo grupo teatral Cia-Dadaísmo para dirigir a peça ‘Sexo Farmacêutico’ que vai estar em cartaz, na Casa das Artes, em Talatona, Luanda, entre 26 e 30 de Setembro, a partir das 20 horas.
Trata-se de uma comédia romântica, escrita pelo dramaturgo brasileiro Humberto Melo, protagonizada pelos actores angolanos Carlos Manuel de Carvalho e Yolanda Viegas Talia, sob encenação de Hilário Belson.
O espectáculo levou cerca de três meses a ser preparado e os bilhetes custam 5.000 kwanzas.
A trama conta a história de uma esposa ‘cinquentona’, inconformada com o marasmo da vida sexual que mantem com o marido, obrigando-o a tomar medicamentos para melhorar a disfunção erétil, bem como a discussão de um relacionamento afectivo e sexual que o casal mantém.
A dedicar-se à produção teatral há um ano, Sophia Buco mostra-se lisonjeada por ter sido a escolhida para orientar e produzir a obra ‘Sexo Farmacêutico’ e ainda ter o prazer de trabalhar com actores “experientes e profissionais”, o que torna o trabalho “bem mais agradável”. Apesar de o elenco ser escolhido pelo grupo Dadaísmo, nas suas produções, Sophia Buco garante seleccionar os artistas com base na “sensibilidade do actor, trajecto, talento, dedicação e educação”. Por gostar de uma boa mistura, nalguns casos, opta por artistas que tenham visibilidade seja na televisão ou no teatro.
Muitos ainda consideram as artes cénicas como sendo o “parente mais pobre das artes”, Sophia Buco partilha a opinião, lembrando que existem poucas salas para a exibição de peças e pela falta de valorização. “A sala em boa condição para fazer uma boa exibição é a Casa das Artes e é privada. A sala da LAASP, infelizmente, não tem condições como aquelas, com casas de banho imundas e isso não prestigia o trabalho, sem contar que, no mesmo espaço, se organizam festas ao mesmo tempo que estão a ser exibidas as peças”.
No meio de tantas dificuldades, desde os patrocinadores à falta de valorização do teatro por parte dos empresários, Sophia Buco acredita que a produção teatral “pode ser negócio rentável, desde que se tenhaM objectivos bem traçados”.
Sem avançar os valores que investe e arrecada ao produzir uma peça. a actriz explica que só tem sido possível dar continuidade ao teatro graças ao acordo com a Casa das Artes e aproveita a oportunidade para ‘tirar o chapéu’ a quem chama de “grande mulher” Maria João Ganga, proprietária do espaço, pela grande contribuição que tem dado ao teatro nacional. Se assim não fosse, teriam de pagar pelo aluguer da sala 500 mil kwanzas, por dia. Ainda assim, vê no teatro uma esperança e apela à criação de “políticas fortes“ para incentivar a arte e os artistas.
Outras produções
A caminho de somar 22 espectáculos, só este ano, Sophia Buco não tem dúvidas de que a produção que mais lhe deu prazer foi a peça ‘Monólogos da Vagina’, pelo tema e pelo momento em que voltou a ser exibida (depois de sete anos). “Foi a minha primeira produção teatral. O primeiro filho é sempre o rei”, justifica com satisfação.
Apesar de o elenco ter sofrido críticas por causa do título da obra e “por sermos ainda um povo com muitos tabus”. “As pessoas têm receio de falar sobre sexo, da nossa intimidade, dos órgão genital feminino parece um sacrilégio”. Contudo, foi possível reunir todos os apoios sejam morais e financeiros, para a realização do espectáculo. Para este ano, a Buc’os produções prevê fechar mais quatro apresentações com a obra ‘Esquadrão Camy’, marcados para Novembro, na Casa das Artes, em Talatona, Luanda.
Jornalista nas artes
Sophia Felicidade Alberto Buco nasceu aos 25 de Abril de 1985, em Luanda. Formada em Ciências da Comunicação, pela Universidade Independente de Angola. Fez parte do leque de actores do Horizonte Njinga Mbande e do Henrique Artes. Em televisão, trabalhou na Zimbo, como repórter, na TPA, apresentou os programas ‘Sons de Angola’ e ‘Bastidores’. Participou na novela ‘Jikulumessu’ e actualmente é o rosto do programa ‘Texturas’, da TPA.
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