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Siderurgia do Bengo inicia venda de aço

INDÚSTRIA TRANSFORMADORA. Os mentores do projecto almejam produzir, até 2019, cerca de um milhão de toneladas de aço, por ano.

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O grupo siderúrgico ADA – Aceria de Angola arrancou, em Fevereiro, com o processo de vendas de produtos, desde que recebeu o certificado de organismos internacionais, informou a responsável da área de comunicação da empresa, Sanga de Almeida.

A empresa que prevê produzir, por ano, 300 mil toneladas de aço, como revelou o presidente do conselho administrativo, Georges Choucair, em Dezembro, produz varão de aço, fio máquina, lingote e malha electro soldada.

O projecto, localizado na Barra do Dande, Bengo, implicou um investimento de cerca de 300 milhões de dólares, sendo 50% do capital de fundos próprios e o restante adquiridos via empréstimo bancário através de uma linha de crédito externa.

A fábrica foi construída numa área de 150 mil metros quadrados e consome 50 megawatts (MW) de energia eléctrica. A principal matéria-prima usada é a sucata, acompanhada de cal e liga de aço. A sucata é recolhida em todo o território nacional e, segundo Georges Choucair, “torna-se uma forma consciente de reutilizar matérias que a primeira vista já não têm utilidade”.

A ideia de construir uma siderurgia nasceu em 2008, através da iniciativa do francês Georges Choucair, que decidiu montar uma fábrica quando observou a saída que o aço tinha no mercado nacional. Em 2011, o projecto foi aprovado em Conselho de Ministros e um ano depois arrancaram as obras que finalizaram em Outubro de 2015.

O grupo almeja produzir até 2019, cerca de um milhão de toneladas de aço, por ano. E planeia exportar para os países vizinhos, destacando-se a República Democrática do Congo (RDC), pela extensão territorial que apresenta.

O projecto deu o primeiro ‘salto’ em 2012, sem energia, mas mudou a página depois de uma visita da ministra da Indústria, Bernarda Gonçalves Martins, que impulsionou o Ministério da Energia e Águas para que as infraestruturas estivessem assentadas.

A ADA-Aceria de Angola conta com 65% de accionistas angolanos e 35% de estrangeiros. Já proporcionou 600 empregos directos e mais de 2000 indirectos.

“Angola, minha segunda pátria” 

Georges Choucair é um empresário francês de 48 anos, que considera Angola como sendo a segunda pátria. Está no país desde 1992. Começou os investimentos em Angola no ramo da importação de alimentos, mas “sem sucesso”. Em 1996, Choucair adquiriu uma padaria industrial e com o sucesso obtido decidiu montar outra. No processo de construção da segunda padaria, o varão de aço estava em falta no mercado e teve de importar 100 toneladas. Terminada a obra, o produto foi vendido rapidamente. Em 1999, 0decidiu concentrar-se somente na importação de aço.