Sindika Dokolo condenado a prisão na RDC
O empresário e coleccionador de arte congolês Sindika Dokolo, genro do chefe de Estado angolano, foi condenado a um ano de prisão num processo imobiliário na República Democrática do Congo (RDC) e responsabilizou o Presidente Joseph Kabila pela condenação.
Sindika Dokolo acusou o presidente da RDC, Joseph Kabila, pela condenação a um ano de prisão num processo imobiliário.
A denúncia foi feita por Sindika Dokolo, casado com Isabel dos Santos, filha do Presidente José Eduardo dos Santos, na sua conta na rede social twitter, precisamente depois de inaugurar, ontem, em Luanda, uma nova fábrica de cimento, a Nova Cimangola.
"Quando inauguro uma fábrica de 400 milhões de dólares [cimenteira em Luanda], JKabila [Joseph Kabila] faz-me condenar a um ano de prisão por um bocado de terra. Senhor Kabila! Vai-se perder na sua Justiça", escreveu. Publicamente crítico do regime de Joseph Kabila, Sindika Dokolo, relata a imprensa local, foi condenado, à revelia, a 12 meses de prisão por fraude imobiliária por um tribunal de Kinshasa, capital da RDC.
Num outro ‘tweet’, o empresário congolês, que tem vindo a colocar em Luanda a sua colecção internacional de arte africana, volta a aludir ao investimento em Angola para atacar a condenação em Kinshasa. "Investi 400 milhões de dólares numa fábrica. Querer condenar-me por roubar um milhão [de dólares] não é credível", apontou.
Os pormenores deste processo não foram revelados, mas, em Junho último, o principal rival político do presidente congolês, o ex-governador Moise Katumbi, foi igualmente condenado por fraude imobiliária, pouco depois de ter anunciado a sua candidatura às eleições presidenciais no país, previstas para Dezembro.
"Devemos encorajar os congoleses na diáspora que são capazes de reconstruir a RDC e não enviá-los para o exílio, no medo", atirou Dokolo, num outro ‘tweet’. Este caso, que pode colocar em causa as relações entre Angola e a RDC, acontece numa altura em mais de 30 mil refugiados congoleses fugiram para o leste de Angola, tentando escapar à violência étnico-política na região do Kasai.
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