Standard Bank e o Chartered colocam Angola na rota dos bancos pan-africanos
BANCA. Gigantes da banca africana elevam Angola, por via das suas filiais angolanas, no grupo dos maiores bancos continete. Não é o BFA, nem o BAI, nem mesmo o BPC, o colosso dos activos e o mais antigo a operar. São o Standard Bank Angola e o Chartered de Angola.
O Grupo Standard Bank e o Standard Chartered, ambos com representação em Angola, integram o grupo dos maiores bancos pan-africanos, escolhidos pelo grau de penetração no continente africano, de acordo com a mais recente versão do relatório sobre receitas fixas, moedas e mercadorias, desenvolvido pelo Ecobank Group Research.
De acordo com o estudo, são bancos pan-africanos as entidades financeiras que “operam em várias jurisdições africanas”, avaliados, também por activos, depósitos, empréstimos, fundos accionistas, além do número de representações em países pelo continente.
As duas instituições bancárias colocam, deste modo, Angola na rota dos maiores bancos africanos, também designados ‘Bancos Pan-Africanos’, por via das suas representações em Angola pelo Standard Bank Angola e o Standard Chartered de Angola.
Por este facto, os dois únicos bancos angolanos descritos deixam para trás gigantes do sistema bancário nacional em activos e lucros, como o Banco de Poupança e Crédito (BPC), detentor de 1,6 biliões de kwanzas, o Banco de Fomento Angola (BFA), o ‘patrão’ dos lucros com 61.713 milhões e um activo de 1,3 biliões de kwanzas, assim como o Banco Angolano de Investimento (BAI), com 1,3 biliões de activos e lucros de 49.741 milhões de kwanzas.
Apesar disto, há já uma forte tendência de os bancos angolanos caminharem para o que o Ecobank Group designa por ‘Bancos Pan-africanos’, a avaliar pela expansão de respresentações pelo continente. Dos cinco maiores bancos angolanos, três já iniciaram operações em África fora de Angola.
O BAI tem, por exemplo, abertas agências em Cabo Verde, assim como o Banco BIC e o Millennium Atlântico têm operações na Namíbia, além de outros negócios fora do continente e com tendências de expansão pelo mundo.
Até finais de 2016, a entidade autora do estudo tinha registado seis bancos pan-africanos com representações em 15 ou mais mercados financeiros. Da lista, o Ecobank – entidade em vias de iniciar operações em Luanda – detinha a maior quota de penetração, com operações bancárias completas em 33 países, incluindo os escritórios de representação na África do Sul, Etiópia e Angola.
Standard Bank, maior em activos
Na posição imediatamente a seguir com maior penetração está o sul-africano Standard Bank e o nigeriano United Bank for Africa (UBA), ambos com actuação em 19 países, numa lista de bancos onde ainda integram o britânico Chartered e o Bank of Africa, ambos com operações em 19 jurisdições africanas, além do marroquino Attijariwafa Group.
Individualmente, o Standard Bank e o Barclays Africa conservaram os maiores activos financeiros, com 125 mil milhões de dólares e 74 mil milhões, respectivamente, apesar de as suas operações estarem “fortemente concentradas nos mercados anglófonos da África do Sul, no Oeste e no Leste do continente”, explica o estudo.
“Os bancos pan-africanos surgiram como a força motriz da revolução financeira de África, permitindo que os bancos construíssem escala e aumentassem a eficiência, além de unificar os mercados fragmentados e divulgar a inovação”, consideram os autores do estudo, que, no documento, também fazem um prognóstico sobre inovação tecnológica e financeira no próximo ano.
Banca africana em 2018
De acordo com o relatório do Ecobank Group Research, é esperado que se acelere, em 2018, no continente, com a inovação em finanças e tecnologia, impulsionado por uma “nova geração de africanos ‘nativos digitais’”.
“A proliferação de ‘hubs’ tecnológicos em África (de forma mais destacada na África do Sul, no Quénia, no Ruanda, na Nigéria, no Gana e na Costa do Marfim), irá alimentar a próxima onda de ‘startups’ africanas e ajudá-las a entrar em contacto com investidores”, concluem os peritos da Ecobank Group Research.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...