ANGOLA GROWING
DENTRO DA ESTRATÉGIA DE MÉDIO PRAZO

Standard Bank quer chegar a 5.º maior banco angolano em receitas

BANCA. CEO da entidade avança ao VALOR que estratégia dos accionistas passa por tornar instituição na “mais rentável” do sistema financeiro nacional, elevando-a para quinta posição no ranking dos maiores em lucros líquidos. Indicadores de desempenho já antecipam um “bom ano” 2016, estima gestor.

A administração do Standard Bank Angola (SBA) anunciou que, no médio prazo, pretende alcançar a posição de “quinto maior banco comercial angolano” em termos de receitas líquidas, depois de acumular três anos de prejuízos desde que iniciou operações, há cinco anos.

O desafio foi avançado em exclusivo ao VALOR pelo presidente da comissão executiva da instituição, António Coutinho, quando questionado sobre os indicadores de desempenho do banco, referente ao exercício financeiro de 2015 e os dados preliminares deste ano.

Para a administração do banco, as receitas positivas traduzem “melhor o desempenho de um banco do que a grandeza por activos”, por entender que, das receitas, saem dividendos para os accionistas e programam-se projectos, segundo o CEO António Coutinho, que já antevê “bons indicadores” até 31 de Dezembro.

“A [nossa] estratégia é que, a médio prazo, possamos estar entre os cinco maiores, em termos de receitas. Temos grandes bancos aqui na praça. Para mim e para os accionistas, a estratégia é ser um banco extremamente rentável, mesmo não sendo o maior em activo”, considerou o gestor.

Actualmente, o banco ocupa a nona posição na classificação por lucros líquidos, quatro ‘casas’ acima da posição que se projecta alcançar, controlada, no momento, pelo Banco Caixa Geral Angola, com lucros da ordem dos 9.581 milhões de kwanzas, num ranking liderado pelo Banco de Fomento Angola (BFA), com ganhos de 37.866 milhões de kwanzas.

De acordo com António Coutinho, a apresentação dos resultados, os indicadores de liquidez e receitas demonstram “estabilidade operacional” e afasta “qualquer possibilidade de falência técnica”.

O gestor defendia tal posição ao comentar a ‘denúncia’ do governador do Banco Nacional de Angola (BNA), sobre a possibilidade de existência de falência técnica de cinco bancos comerciais.

“A nossa gestão à volta da liquidez e de receitas e custos tem estado a dar frutos. E acho que vamos apresentar um bom desempenho, no fim do ano. Este ano foi um momento difícil, mas é nos momentos difíceis que devem ser tomadas decisões importantes para os negócios do futuro”, salientou Coutinho.

Até 31 de Dezembro de 2015, as operações do Standard Bank Angola (SBA) registaram lucros de 5.238 milhões de kwanzas, um aumento de 133,6% face aos 2.242 milhões de kwanzas inscritos nas contas de 2014, de acordo com números do balanço da entidade.

A ajudar estão os ganhos com o aumento das operações de créditos e depósitos, que cresceram 20% e 47%, respectivamente, além das operações cambiais e diversas comissões de serviços bancários prestados.

DOIS ANOS DE LUCROS

Esta é a segunda vez, desde 2014, que o banco liderado por António Coutinho regista lucros desde que iniciou operações em Angola, há cinco anos. Em 2013, a contabilidade do banco apontava para um prejuízo na ordem dos mil milhões de kwanzas, precisamente 1.039,3 milhões de kwanzas.

Os activos da instituição bancária também deram um avanço de 46,7%, ao saírem de 203.368,4 milhões no balanço de 2014, para 298.412 milhões no ano passado, indicadores que, segundo a administração do banco com origem sul-africana, traduz a “qualidade do serviço assegurada pela equipa de gestão local, pelo conhecimento técnico demonstrado e pela qualidade global do serviço prestado assim como das soluções disponibilizadas ao mercado”.

De acordo com o banco, o desafio de “crescer” vai continuar e já há programas para o exercício financeiro de 2016, dos quais se destacam o “aperfeiçoamento nas infra-estruturas para melhor incrementar a operação em curso, e atingir o volume de negócios esperado pelos accionistas”.