‘Toninho’ Van-Dúnem torna-se 2.º maior accionista da Nossa Seguros
SEGUROS. Antigo secretário do Conselho de Ministros é agora detentor de 6,5% das participações após compra de 5% da posição do grupo Mateba. Alteração catapulta ‘Toninho’ Van-Dúnem para segundo maior accionista da entidade atrás do BAI. Saúde ajudou seguradora em 41% nas receitas de 2017.
O ex-secretário do Conselho de Ministros António ‘Toninho’ Van-Dúnem, comprou os 5% da participação do grupo Mateba Comércio e Transportes na Nossa Seguros, passando a ocupar a posição de segundo maior accionista da empresa, revelou o presidente da comissão executiva da seguradora, Carlos Duarte, na conferência de imprensa de apresentação das contas da empresa, na semana passada.
Até ao primeiro trimeste de 2017, António Van-Dúnem detinha apenas uns inexpressivos 1,5% de participação. Com a compra de mais 5%, o investidor reforça a sua posição, ficando assim com 6,5% das acções da seguradora. ‘Toninho’ Van-Dúnem foi secretário do Conselho de Ministros em finais da década de 1990, depois de já ter exercido funções de assessor jurídico da Presidência da República. Em 2016, foi citado pelo ‘Africa Monitor Intelligence’ por alegadamente estar envolvido num consórcio para a construção de barragens em Moçambique, avaliada em 1,2 mil milhões de dólares.
Com a saída do Grupo Mateba, passam a figurar, na estrutura accionista da Nossa Seguros, o Banco Angolano de Investimento (BAI), com 72%, António Van-Dúnem, com 6,5%, o Movimento Nacional Rodoviário, com 3,5%, a Caixa de Segurança Social das Forças Armadas (2,5%) e vários particulares incluindo o jurista Inglês Pinto, que dividem os restantes 15,26%.
Saúde gera receitas
No balanço do ano passado, os gestores destacam o facto de o seguro de saúde ter contribuído com 41% para o crescimento das receitas, após registar um avanço considerável de 155%, de os 1.190 milhões para 3.036 milhões de kwanzas.
A evolução do seguro de saúde em 155% foi justificada com a introdução do seguro de saúde para particulares. Ou seja, até 2016, a seguradora do BAI só tinha esse tipo de seguro voltado a empresas. No ano seguinte, o produto passa a integrar o portfólio da empresa e alarga as margens de receitas.
Lucros crescem
17% Outro indicador nas contas da Nossa Seguro, referente a todo o ano passado, é o resultado líquido. Essa rubrica avançou 17% para os 963 milhões de kwanzas. Já a margem de solvência ficou calculada nos 184%, o que dá ‘conforto’ aos donos do negócio, que se regozijaram por esse indicador estar “acima da média do sector em Angola”.
No mesmo período, o total dos activos valeu 17 mil milhões de kwanzas, sendo que os investimentos financeiros registaram uma evolução de 15% para 8.766 milhões de kwanzas. A contabilidade da empresa sublinha que mais da metade da carteira dos investimentos, precisamente 59%, está aplicada ou constituida por títulos de dívida pública.
Liderar mercado é meta
O plano estratégico da seguradora projecta colocar a empresa no topo do ‘ranking’ na quota de mercado. Para já, pelo menos até 2020, o desafio é o de colocar na posição três dessa lista das mais robustas seguradoras angolanas. “Começámos com uma quota de mercado da ordem dos 9%. Creio que estamos no ‘top 4’ entre as seguradoras, em quarto lugar. A nossa ambição é ir mais longe, é chegar naturalmente ao terceiro lugar e, quiça, ao segundo ou ao primeiro lugar. Mas isso são as nossas ambições e por isso é que temos um plano estratégico e a investir bastante na organização, no desenvolvimento, na capacitação das pessoas”, revelou Carlos Duarte para depois lembrar que não existirem dados oficiais sobre a posição das seguradoras.
“O que existe é uma comparação entre seguradoras em que partilhamos informação e dessa forma podemos mais ou menos inferir ainda com alguma margem de erro sobre aquilo que é o mercado”, rematou o gestor.
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