DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Total Angola entra no mercado do retalho

PETRÓLEO. Negócio deve ficar fechado no segundo trimestre do próximo ano e envolve a compra parcial de 50 pontos de venda de combustíveis à Sonangol.

As negociações com a Sonangol para a entrada da petrolífera francesa Total no segmento da distribuição de combustíveis estarão concluídas em 2017. O negócio passa pela compra parcial, por parte da Total Angola, de 50 pontos de venda à concessionária angolana, antecipando o aumento de distribuidores de combustíveis no país.

Ao que o VALOR apurou, por enquanto, o montante será o principal ponto das negociações por ultrapassar. Mas, espera-se que, quando estiver concluído o negócio, a Sonangol fique com 51% e a Total 49%, de cada um dos 50 pontos de distribuição.

A medida resulta dos ajustamentos conjunturais desencadeados para negociar a maioria dos contratos de parcerias, tornando a Sonangol “mais eficiente e eficaz”, segundo o gabinete de comunicação e imagem da petrolífera nacional, que confirma a previsão da assinatura do acordo para o segundo trimestre de 2017. O objectivo é conferir “maior competitividade” à maior empresa pública do país que passa “por um processo de reestruturação profunda”.

A administração da Sonangol está já a mapear as zonas onde vai licitar as bombas, estando já seleccionadas as províncias de Luanda, Bengo e Kwanza-Sul. A Sonangol considera mesmo ser este um “grande desafio”, por se tratar de uma tradição da concessionária a presença no retalho.

O ‘desinvestimento’ da petrolífera pública na distribuição traduz, no entanto, uma maior abertura ao mercado do retalho, que conta já com quatro operadores, nomeadamente a Sonangol, Sonangalp, Pumangol e Errangol, esta última uma sociedade entre capitais angolanos e chineses.

A redução da exposição no retalho acontece depois da ruptura com a Galp, facto que, segundo a Sonangol, foi determinante para a procura de outro parceiro que conferisse “maior dinamismo ao sector”.

Em Dezembro de 2014, a Sonangol e a Galp romperam a parceria em Portugal através da qual geriam postos de combustíveis. Como consequência, a petrolífera lusa foi obrigada a reduzir a sua presença no retalho, em Angola, e 13 postos de vendas foram devolvidos à Sonangol.

Para a Total, a entrada no mercado da distribuição traduz uma nova aposta, ampliando o seu leque de negócios em Angola. A multinacional francesa opera em Angola há 60 anos, na pesquisa e produção de petróleo, sendo a primeira vez que manifesta o interesse no mercado da distribuição.

Os franceses dizem que a nova aposta da companhia resulta da evolução das actividades da empresa que tem uma tradição de negócios em Angola fixa na pesquisa e produção de petróleo.