Total dispensa 150 trabalhadores angolanos
A medida vai se traduzir, em termos concretos, na redução de 8% do total da mão-de-obra da multinacional francesa, em solo nacional.
A petrolífera Total anunciou, em comunicado, que deverá dispensar do seu quadro de colaboradores 150 trabalhadores angolanos, na sequência de um processo de reorganização interna em Angola iniciado nesta segunda-feira, 22, devido à redução de actividade no país.
De acordo com o comunicado da Total E&P Angola, esta "reorganização interna" visa "optimizar a sua actual estrutura e implica uma redução dos seus efectivos" no país, o segundo maior produtor de petróleo em África com mais de 1,6 milhões de barris por dia, onde a companhia opera actualmente com 1.700 trabalhadores, 79% dos quais angolanos.
"Quatro anos após a queda do preço do petróleo, período durante o qual a empresa aplicou os seus esforços na optimização das suas operações, na redução de despesas em todas as áreas de actividade (incluindo uma redução significativa de colaboradores expatriados e contratados externos), o contexto actual de forte redução das suas actividades torna necessária esta reorganização", explica a Total, no mesmo comunicado.
Fonte da Total E&P Angola, citado pela Lusa adiantou que a petrolífera reduziu desde 2014, em 34%, o número de expatriados, e em 58% o número de contratados, "apostando" em colaboradores nacionais. Acrescentou que neste processo de reorganização serão abrangidos, ainda, "mais 40% de expatriados e/ou contratados".
A multinacional francesa, operador em dois blocos petrolíferos no ‘offshore' angolano, explica que o "processo de separação" que "será proposto aos referidos colaboradores" inclui um "pacote de indemnizações que reflectem as melhores práticas da indústria e acima do exigido por Lei".
A empresa sublinha que foi levado a cabo um "processo de reorganização rigoroso e estruturado, que deu prioridade aos colaboradores nacionais na nova organização". "Face à redução de actividade que estamos a verificar, a revisão organizacional resultará numa estrutura mais eficiente e com a angolanização reforçada nomeadamente com um incremento de quadros angolanos em cargos de chefia", explicou, por seu turno, o director-geral da Total, Laurent Maurel.
No mesmo comunicado, o responsável da Total adianta que este processo de reestruturação foi partilhado com as autoridades angolanas, parceiros e representantes dos trabalhadores.
Durante o período de transição após a saída, a empresa garante que continuará a assegurar os benefícios de Saúde durante um ano, disponibilizando ainda um programa de reintegração no mercado laboral e empreendedorismo para os colaboradores interessados.
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