Trabalhadores da Bauxite ameaçam com ‘grande manifestação’
Os trabalhadores da Bauxite Angola ameaçam realizar uma “megamanifestação” de protesto contra o que consideram ser “má-fé da Sonangol e da Comissão Liquidatária”, por supostamente estarem a ignorar instruções há muito baixadas pelo Presidente da República, para liquidar os salários atrasados desde 2014.
De acordo com os trabalhadores, fez-se um levantamento para o processamento dos salários de Janeiro de 2014 a Junho de 2021. O processo foi entregue à Comissão Liquidatária em Julho do ano passado, e a partir daí, comprometeu-se a resolver o problema num horizonte de dois meses”, em concertação com a Sonangol.
Portanto, a crer nas fontes, a Sonangol estendeu por mais cinco meses a contar da data da carta de reclamação da comissão dos trabalhadores a solução definitiva do caso, “mas aguardamos pelo tempo estabelecido sem sucesso”.
“De tanta pressão, a Comissão Liquidatária acabaria por despachar-nos com a alegação de que processaria os salários, até ao dia 18 de Março (passada sexta-feira), mas não o fez, traduzindo desrespeito por uma orientação superior”, disseram os descontentes que pretendem sair à rua nos próximos dias.
“Por unanimidade decidimos avançar para uma megamanifestação a partir do dia 25 de Março, para forçar o cumprimento dos nossos interesses, numa altura em que muitos de nós já morreram e outros estão com as famílias desagregadas”.
A ira dos trabalhadores adensa-se mais por causa do mutismo a que se remeteu o responsável da Comissão Liquidatária Domingos Gonçalves e também por saberem que a empresa já liquidou quatro anos de salários em atraso dos colegas da Guiné Bissau.
Promessas da petrolífera
Em Dezembro do ano passado, a Sonangol havia anunciado a solução da dívida salarial e eventual saída da sociedade Bauxite Angola, na qual detém 20 por cento.
Na altura, a petrolífera avançou mesmo que “não obstante a condição minoritária na sociedade”, tinha interesse expresso em contribuir para a resolução do tema “com a maior brevidade possível”, o que passaria por encontros de concertação entre os representantes dos accionistas, os trabalhadores e outras partes envolvidas.
Paralelamente às reuniões para a regularização dos pendentes com os trabalhadores, devia correr um processo para consumar a alienação da participação detida pela Sonangol ou a eventual liquidação da sociedade.
A Bauxite Angola apresenta-se como empresa pioneira na prospecção e extracção de bauxite no país, estabelecida como uma parceria público-privada com sede em Luanda, uma delegação regional em Conackry e escritórios em Bissau, Buba e Beli (Guiné-Bissau), tendo 130 trabalhadores no quadro de pessoal.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...