ANGOLA GROWING
O MEGA INVESTIDOR DAS NOVAS TECNOLOGIAS

‘Transporte do futuro’ de Elon Musk pode arrancar em breve

23 Oct. 2017 António Nogueira Gestão

INVESTIMENTO. Sistema de transporte atingiria uma velocidade de cerca de 1.200 quilómetros por hora, o que, em caso de concretização, permitiria viagens entre Los Angeles e San Francisco ou entre Nova Iorque e Washington, nos Estados Unidos, de aproximadamente 30 minutos, de acordo com o empresário.

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Elon Musk, considerado o 34.º homem mais rico do mundo pela Forbes, com uma fortuna avaliada em 12,9 mil milhões de dólares, está prestes a começar a construção do ‘hyperloop’, um sistema de transporte de longa distância e alta velocidade que enviaria vagões cheios de carga ou pessoas através de tubo a vácuo, segundo noticiou recentemente a revista Wired.

O sistema de transporte atingiria uma velocidade de cerca de 1.200 quilómetros por hora. Com isso, uma viagem de Los Angeles a San Francisco, ou de Nova Iorque a Washington, duraria 30 minutos, de acordo com o empresário.

Em Agosto de 2013, Elon Musk escreveu um relatório de 57 páginas, descrevendo o que seria o hyperloop e partilhou a sua ideia com todos, convidando as pessoas a participarem do projecto.

“Os autores encorajam todos os membros da comunidade a contribuirem com o processo de design do Hyperloop”, escreveu Musk no projecto. Esta iniciativa fez com várias ‘startups’ criassem projectos de design para os vagões do Hyperloop, fazendo com que a ideia do criador do Tesla avançasse.

Dentre os projectos apresentados, o Hyperloop One foi o que mais se destacou numa competição entre 2.600 cidades para acolher o primeiro hyperloop, tendo completado com êxito alguns testes em pequena escala no deserto de Nevada. Quatro anos depois de encorajar diversas pessoas a colocar a sua ideia em prática, Elon Musk anunciou que a sua empresa, a The Boring Company, recebeu “uma aprovação verbal do governo” para construir um túnel para um hyperloop entre Nova Iorque e Washington.

Segundo a revista Wired, um funcionário da companhia do mega-empresário confirmou, em comunicado de imprensa, o plano da empresa de “construir túneis de baixo custo e rápidos para abrir novos sistemas de transporte de alta velocidade.”

A intenção é construir uma estrutura com um tubo despressurizado para rotas em linhas rectas, como Nova Iorque e Washington, em que as cápsulas de transporte, aceleradas magneticamente, possam atingir cerca de 1.200 quilómetros por hora.

A PERSISTÊNCIA NAS NOVAS TECNOLOGIAS

A Hyperloop não é, entretanto, o único negócio idealizado por este mega investidor na área das tecnologias. Já em 2002, e com 100 milhões de euros, Elon Musk fundava a SpaceX, a primeira empresa privada de exploração espacial a conseguir um contrato com a NASA para o abastecimento da Estação Espacial Internacional.

Em 2040, Musk quer ter uma colónia auto-sustentável de 80 mil pessoas a viver no planeta Marte, onde todos os transportes serão eléctricos.

De acordo com o ‘The New York Times’, Musk estima que o foguetão que vai permitir levar pessoas a Marte custe 10 mil milhões de dólares e o plano é que a primeira viagem ocorra já em 2024. Enquanto a nave não descola, a empresa de Elon Musk vai gastando dezenas de milhões de dólares por ano a desenvolvê-la. A ideia é que cada voo transporte cerca de 100 pessoas e que os preços da viagem andem entre os 100 mil e os 200 mil dólares. Até que a cidade auto-sustentável de Marte esteja efectivamente pronta, Musk estima que passem entre 40 e 100 anos.

Quando vendeu o PayPal e fundou a SpaceX, além de ter investido na Tesla, Elon Musk investiu 10 milhões de dólares na SolarCity, que foi fundada pelos primos Lyndon e Peter Rive em 2006 e que foi recentemente adquirida pela irmã Tesla por 2,6 mil milhões de dólares.

A SolarCity tem-se dedicado à produção e instalação de painéis solares e, apesar de as suas dívidas ascenderem a 6,3 mil milhões de euros, conseguiu recentemente pôr a ilha de Ta’u, no Oceano Pacífico, a ser abastecida por painéis solares quase na totalidade. A ilha da Samoa Americana, que se situa na Polinésia, mas é administrada pelos EUA, tem menos de 600 habitantes e 5.328 painéis solares e 60 Tesla Powerbacks, que substituem os 413.910 litros de gasóleo que a ilha tem de importar todos os anos.