Tribunal suspende decisão do Ministério do Comércio e dá razão à AIBA na polémica dos “pacotinhos”
O Tribunal da Relação de Luanda deu razão a uma empresa, membro da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA), que pediu para instaurar uma providência cautelar, com objectivo de anular a eficácia do decreto que obriga as empresas a acondicionar as bebidas alcoólicas comercializadas em recipientes de plástico por recipientes de vidro.
O tribunal justifica que, “sem comprovação efectiva, não pode o poder Executivo determinar medidas cuja implementação não apresenta benefícios indesmentíveis para o consumidor em detrimento de perdas irreparáveis para os agentes económicos”.
Em Janeiro, o Governo, através do Ministério do Comércio e Indústria, decidiu proibir a produção e comercialização de bebidas espirituosas em “pacotinhos”, passando a ser obrigatoriamente vendidas em embalagens.
Num decreto, o Ministério da Indústria e Comércio deu cumprimento a medida anunciada em Junho do ano passado. A medida justifica a eliminação dos famosos “pacotinhos” argumentando com questões de saúde pública, ambiente e ordenamento do comércio.
O ministério, liderado por Rui Miguêns, deu 60 dias para que as empresas de bebidas que produziam os famosos "pacotinhos" passassem a cumprir a obrigatoriedade. As empresas pediram pelo menos quatro anos. O Ministério não cedeu e a medida entrou em vigor.
Num comunicado, a que o Valor Económico teve acesso, a AIBA revela que sempre acompanhou a pretensão do Executivo nesta mudança, tendo proposto, por via da negociação, um período de transição que acomodasse os investimentos já realizados e os que fossem necessários. “Nunca os escassos meses exigidos poderiam acomodar esta mudança. Assim, a AIBA apela, mais uma vez, ao Executivo, por uma ronda de negociações que permitam acomodar a decisão política com a adaptação gradual e um regime de compensação de todo o investimento já realizado e o que ainda se avizinha realizar.”, lê-se no comunicado.
A decisão do tribunal será anunciada esta terça-feira, dá assim razão aos argumentos evocados pela AIBA.
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