Trump com negócios ?e sondagens a derraparem
ELEIÇÕES. É já para a semana que os EUA vão conhecer o sucessor de Barack Obama. A luta parece cada vez menos renhida, sobretudo numa altura em que Donald Trump perde terreno, até nos negócios. Mesmo que o candidato republicano misture a campanha com o ‘marketing’ das suas empresas.
A perder nas sondagens, o candidato republicano às eleições presidenciais nos EUA, Donald Trump, resolveu aliar as acções de campanha com iniciativas publicitárias das suas empresas. Foi assim que inaugurou os hotéis em Washington e na Flórida, da cadeia Trump International Hotel. Mas dados estatísticos têm contado que, nos últimos meses, as unidades de hotelaria, incluindo os campos de golfe, têm perdido vertiginosamente clientes.
Para enfrentar a ‘crise’, a revista New York Magazine garante que no hotel de luxo de 263 quartos em Washington, os preços dos quartos têm sido gradualmente reduzidos para menos de 500 dólares, quando a tarifa precisa de ser de pelo menos 750 dólares para que o hotel seja rentável. Todos os hotéis à volta, refere a mesma publicação, estão esgotados com semanas de antecedência.
De acordo com dados recolhidos pela Bloomberg, vários empreendimentos Trump perderam no último ano 14% dos seus clientes. Uma sondagem da BAV Consulting mostrava, ainda em Janeiro, que o valor da marca Trump estava a “colapsar” aos olhos das pessoas com rendimentos anuais superiores a 100 mil dólares. Um Maio, um outro estudo de opinião feito pela Skift, mostrava que 57% dos entrevistados se sentiam menos propensos a ficar num dos hotéis do republicanos por causa da campanha, especialmete mulheres e os que habitam tradicionalmente mais democratas.
Em Agosto, o site Foursquare concluiu que a afluência nos hotéis, casinos e campos de golfe do candidato republicano tinha diminuído em cerca de 20% desde o início da campanha, em Junho de 2015. Especialmente nos Estados democratas e entre as mulheres desses Estados.
Ainda em Agosto, dados divulgados pelo site de viagens Hipmunk mostravam que as reservas nos hotéis Trump tinham caído 59% no primeiro semestre deste ano quando comparado com o mesmo período de 2015.
Já este mês, a empresa de estudos de mercado Morning Consult fez uma pesquisa nacional e concluiu que quatro em cada dez eleitores norte-americanos disse que a campanha de Trump tornava “menos provável” comprarem bens da sua marca. Apenas 17% disseram ser “mais provável”. De referir também que 46% garantiu que não ficaria num hotel Trump e 63% afirmou que não frequentaria um campo de golfe do republicano.
Mas não são só os clientes que viram costas a Donald Trump. Antes de entrar em funcionamento, o Trump International Hotel já tinha sofrido um revés, quando os famosos ‘chefs’ José Andrés e Geoffrey Zakarian abandonaram o projecto por causa dos comentários racistas contra os imigrantes mexicanos feitos por Donald Trump em Julho.
A família Trump viu uma sucessão de conhecidos chefs a recusarem dar o seu nome ao restaurante do hotel. O negócio acabou por ser entregue à cadeia BLT, uma solução longe do prestígio que daria um chef.
Pelo meio, realizaram-se vários protestos contra Trump à porta do hotel e, já este mês, a fachada do edifício foi vandalizada com ‘graffitis’.
Apesar destes dados, um dos filhos do empresário, Eric Trump, deum entrevista à cadeia de televisão Fox News, garantindo que “ a marca está mais apelativa do que nunca” e que o grupo está a “construir hotéis em todo o país, em todo o mundo e a fazer coisas boas”.
PREJUÍZOS LÁ FORA
As campanhas de publicidade/política de Trump não se limitam aos EUA. Em Julho, inaugurou na Escócia um resort de golfe. Mas o negócio não está correr bem.
O jornal The Guardian, baseado nas contas da empresa, garante que o candidato perdeu cerca de 33 milhões de dólares, depois de ter investido quase 130 milhões Aberdeenshire e Turnberry.
Também a marca de roupa de Ivanka, a filha mais velha de Trump, tem sido alvo de um boicote online e uma sondagem garante que seis em cada dez mulheres responderam que não comprariam.
Segundo a Forbes, Donald Trump terá uma fortuna a rondar os 3,7 mil milhões de dólares. No entanto, ciente do quanto a campanha está a ser prejudicial para os negócios, Trump já anunciou que a sua próxima marca hoteleira se chamará ‘Scion’. É uma estratégia inédita para o homem que baptizou todos os seus empreendimentos com o seu nome.
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