Trump encontra-se com Kim Jong-un em Maio
DIPLOMACIA. Reforço das sanções, em Dezembro, do ano passado terá forçado Pyongyang a negociar. À seu pedido, o líder do regime comunista deverá encontrar-se com o presidente dos Estados Unidos da América em Maio.
O presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte têm encontro marcado. O convite partiu do líder norte-coreano e foi entregue em Washington por um enviado especial da Coreia do Sul e aquele que já é considerado ‘o aperto de mão do ano’ deverá acontecer em Maio.
A porta-voz da Casa Branca confirmou a abertura do presidente norte-americano para se encontrar com Kim Jong-un em local e numa data ainda por determinar. “Temos uma grande esperança na desnuclearização. Entretanto, todas as sanções e a máxima pressão devem ser mantidas”, afirmou Sarah Sanders.
O encontro deverá ocorrer em Maio, em local ainda por designar, e cujo objectivo traçado em Washington será o de garantir uma permanente desnuclearização na península. Ou seja, a reunião deverá acontecer três anos depois de um outro aperto de mão histórico envolvendo a liderança norte-americana, no caso entre Barack Obama e o presidente cubano Raúl Castro.
“Kim Jong-un prometeu que a Coreia do Norte vai abster-se de realizar novos testes nucleares ou de mísseis. Percebe que a rotina de exercícios militares entre a Coreia do Sul e os EUA tem de continuar e expressou um grande desejo de conhecer o presidente Trump tão breve quanto possível. A Coreia do Sul, os EUA e os nossos aliados insistem na importância de não se repetirem os erros do passado”, afirmou Chung Eui-yong, em Washington.
Donald Trump considerou um “grande progresso” o facto de o líder norte-coreano admitir parar o programa nuclear. Sublinhou a ausência de testes de mísseis pela Coreia do Norte “neste período de tempo”. O presidente norte-americano acrescenta que as sanções contra Pyongyang se vão manter “até que um acordo seja alcançado”.
O convite chegou a Donald Trump após a recente aproximação histórica entre as duas Coreias nos jogos Olímpicos de Inverno em Pyongchang, na Coreia do Sul. Uma primeira reunião decorreu já em Pyongyang.
O encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un poderá marcar uma grande reviravolta na tensão que vinha a agravar-se na península coreana, sobretudo devido aos testes nucleares realizados pela Coreia do Norte e as recorrentes ameaças aos EUA.
No entanto, o pretensão de Kim Jong-un encontrar-se com Donald Trump surge três meses depois de a Organização das Nações Unidas (ONU), influenciada pelos EUA, intensificarem as sanções contra a Coreia do Norte.
As sanções, reforçadas em Dezembro, incluem restrições ao envio de produtos petrolíferos para Pyongyang e a repatriação dos norte-coreanos que trabalham no estrangeiro e cujos rendimentos beneficiam o regime comunista.
Na altura, os EUA defenderam que a resolução reduziria em 89% o acesso do regime à gasolina, ao gasóleo e a outros derivados do petróleo. Em relação aos trabalhadores norte-coreanos no exterior, o texto das sanções requer a todos os países que os expulsem num prazo máximo de dois anos.
Washington indicou que cerca de 100 mil norte-coreanos trabalham fora do país, na sua maioria na China e Rússia. Os norte-americanos asseguram que os impostos que estes trabalhadores pagam ao regime comunista geram mais de 500 milhões de dólares anuais.
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