Única empresária multimilionária do Sudeste asiático vale 1,7 mil milhões
CARREIRA. Nguyen Thi Phuong Thao, de 56 anos, construiu uma companhia aérea avaliada em 1,2 mil milhões de dólares e uma fortuna de 1,7 mil milhões de dólares. Actualmente é titulada como a única mulher do Sudeste da Ásia com uma fortuna multimilionária.
As mulheres representam uma pequena fatia, de 11%, na lista das pessoas mais ricas do mundo pela lista da Forbes do ano passado. E a grande maioria é herdeira de fortunas, destacando-se casos como o da multimilionária Liliane Bettencourt, falecida a 21 de Setembro deste ano, até então considerada a mulher mais rica do mundo. Herdeira da marca de cosméticos L’Oréal, ostentava um património avaliado em 39,5 mil milhões de dólares.
Há também o caso de Alice Walton, 67 anos, colocada, até antes da morte de Liliane Bettencourt, na posição de segunda mulher mais rica do mundo. Dona de um património avaliado em 33,8 mil milhões de dólares, Alice Walton é herdeira da rede de supermercados norte-americana Wal-Mart.
Entretanto, neste ano, um nome deverá engrossar a lista das mulheres mais ricas do mundo, em especial entre as que fizeram riqueza por esforço próprio. Trata-se, segundo a Forbes, de Nguyen Thi Phuong Thao, empresária vietnamita, de 56 anos, que lançou, em Dezembro de 2011, a primeira companhia aérea do Vietname para concorrer com a operadora nacional, líder do sector no país.
Em cinco anos, a VietJet Air cresceu a tal ponto de operar mais de 40% dos voos do país, chegando a valer 1,2 mil milhões de dólares no mercado, o que atribui à Nguyen Thi Phuong Thao um património líquido estimado em 1,7 mil milhões de dólares, o segundo maior do país, além do título de única mulher do Sudeste da Ásia com uma fortuna multimilionária.
“Sempre fiz grandes negócios, nunca fiz nada em pequena escala”, disse Nguyen numa entrevista à Forbes na última semana. “Quando as pessoas estavam a negociar um contentor de mercadorias, eu já estava operacionalizar centenas deles.”
DESCOLAGEM SEGURA
A ideia do negócio surgiu anos depois de Nguyen Thi Phuong Thao ter estudado economia e finanças na antiga União Soviética, na década de 1980, e trabalhado com negociação de commodities na Europa Oriental e Ásia.
Ao voltar ao seu país de origem, Nguyen prosseguiu com a trajectória, investindo em bancos e liderou, ao mesmo tempo, projectos comerciais imobiliários e resorts, áreas de negócios que, segundo a Forbes, lhe terão dado experiência suficiente para gerir a grande procura de viagens aéreas que iam surgindo no país. Este terá sido o primeiro grande passo para que projectasse uma nova estratégia de negócio.
A partir daí, a empresária decidiu pesquisar os modelos usados por companhias aéreas de baixo custo de todo o mundo, como a Southwest, Ryan Air e AirAsia, e desenhou o que seria o negócio ideal no ramo no Vietname. Conseguiu a licença para operar em 2007, mas suspendeu os planos na sequência da alta do preço do petróleo no mercado internacional, custo que representa quase metade de uma operação desse porte.
Em 2010, na tentativa de mitigar o risco, fechou uma joint-venture com a Air Asia, o que não resultou. No ano seguinte, levantou o primeiro voo sem ajuda de terceiros e, desde então, cresceu rapidamente.
No segundo ano de operação, a VietJet já obteve lucro, graças à derrapada do principal concorrente, a Vietnam Airlines, e ao crescimento do mercado no país, que saltou 29% entre 2012 e 2016.
A companhia, cotada na bolsa vietnamita desde Fevereiro, oferece agora 300 voos diários, entre 63 rotas locais e dezenas de internacionais, além de 45 jactos.
Os planos para o futuro, não tão longínquo assim, é ampliar os horizontes e conquistar o mundo. “A VietJet pretende ser uma companhia aérea internacional, não apenas local”, disse a empresária em entrevista à Forbes.
Se os ventos forem tão favoráveis quanto foram até agora, Nguyen sabe que, com trabalho duro, visão estratégica e ousadia, ela deverá ser capaz de chegar em aqualquer lugar. Esta é, pelo menos, a conclusão a que chegaram os analistas da Forbes.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...