Zuma promete provar inocência
JULGAMENTO. Jacob Zuma é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no processo de compras de armas. Depois da audiência preliminar de Abril, julgamento foi adiado, mas as investigações não pararam.
O ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma, promete provar a sua inocência no processo em que é acusado de corrupção, num caso de venda de armas ocorrido há duas décadas.
Zuma manifestou a referida promessa no dia 8 no tribunal de Durban, reservados para a primeira sessão de julgamento depois da breve audiência preliminar do dia 6 de Abril.
“Eles dizem que eu sou corrupto, mas não conseguem dizer exactamente do que sou culpado”, disse Zuma a centenas de apoiantes, muitos vestindo as cores do Congresso Nacional Africano, do lado de fora do tribunal. “Alguns dos que dizem que sou corrupto são eles próprios corruptos. Se eu revelasse, ficariam chocados. Eu estou a avisá-los. Assim como eles escolheram atacar-me em público, eu aviso-os igualmente em público, estou cansado.”
No entanto, a sessão não aconteceu, foi adiada para 27 de Julho. “Por consenso, este assunto é adiado para 27 de Julho de 2018 em Pietermaritzburg. A razão para isto é que Pietermaritzburg tem melhor acomodação.”, sublinhou o juiz adjunto Njabuliseni Madondo.
Porém, tanto a Autoridade Nacional de Promotores Públicos (NPA) quanto os advogados do ex-presidente pediram o adiamento, com a autoridade promotora a dizer que quer estudar a solicitação de retirada do processo da empresa de armas Thales.
Por sua vez, os advogados de Zuma solicitaram para verem esclarecido o pagamento de taxas legais após as intervenções da Aliança Democrática e dos Defensores da Liberdade Económica (EFF).
O representante legal do ex-presidente Michael Hulley explicou ao vice-juiz presidente Mjabuliseni Madondo que a confusão em torno de quem vai pagar os advogados causou atrasos. Acrescentou que estão à espera de uma resposta da presidência. “Endereçámos uma carta ao director-geral na presidência a 24 de Maio e não recebemos nenhuma resposta”. De 76 anos, Zuma foi presidente por quase nove anos.
Polícias invadem Bank of Baroda
No entanto, também no dia 8, efectivos da polícia de elite sul-africana Hawks realizou operações de busca e apreensão em duas agências do filial indiano Bank of Baroda, no âmbito da investigação do processo.
O objectivo da busca é obter documentação ou artigos relacionados com a investigação. “O Banco de Baroda foi uma das entidades citadas como tendo recebido fundos ilícitos e depois os canalizou directa ou indirectamente para a família Gupta e a empresas associadas”, explicou a Haws em comunicado divulgado pela imprensa local.
“É necessário estabelecer o envolvimento do Bank of Baroda com o recebimento e a transferência de fundos recebidos de entidades sob investigações”, concluiu.
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