Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde perguntar não ofende, nesta que é a primeira edição do novo ano de 2022. Um ano já cheio de perguntas, de incógnitas desde a primeira semana...

Na semana que passou, o Orçamento Geral de Estado (OGE) foi aprovado sem qualquer surpresa por causa da maioria absoluta do partido que governa e que pode sempre passar qualquer coisa (mesmo que sem sentido) desde que venha de quem manda. Mas, sobre o OGE, valeram as questões levantadas pelo deputado da Casa-CE Leonel Gomes, que fazem um bom resumo das que pairam entre governados quando apontam para a “frustração de 47 anos deste exercício de aprovação do orçamento” que pouco ou nada serve efectivamente os interesses da nação. “47 anos é demajéééé” – dizia o deputado, que perguntava também o que foi feito da Califórnia prometida, lembrando que o documento ora aprovado segue, como em anos anteriores, cheio de despesas não especificadas “que vão servir para encher as panças insaciáveis porque os vícios continuam os mesmos”.

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde convém lembrar: perguntar não ofende – depois de uma semana em que a actualidade foi marcada a ferros quentes, como se marca o gado, pelo congresso dos ‘Camaradas’. Marcada a ferros quentes porque quem quer que tenha decidido pela exagerada cobertura mediática do congresso pelos mesmos meios de comunicação públicos que ignoraram completamente a realização do congresso do maior partido na oposição uns dias antes, trata o público definitivamente como o seu rebanho, o seu gado pessoal e irracional.

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde perguntar não ofende em mais uma semana com a actualidade mundial a ser marcada por um novo pânico-covid, desta vez com a variante Ómicrom, que gerou, a par de quedas das bolsas mundiais, a reacção preventiva mas irracional do fecho de fronteiras aos países da Africa Austral.

Numa semana em que a actualidade foi marcada pela aprovação da lei eleitoral que havia sido rejeitada, mas que parece que era só ‘jajão’ e era mesmo para aprovar, continuámos a assistir ao jogo de xadrez que, resta saber, se não é de “nível kilobyte que não vale a pena ser dirigente” como diz o bispo de Cabinda, que não só também marcou a actualidade da semana que passou, mas incendiou as redes sociais com as suas reflexões acerca das “cabeças de pobre a que devemos a nossa desgraça”.