Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico

A semana que passou viu a actualidade marcada pelo discurso de abertura de campanha do presidente do MPLA que, na salada típica a que o partido-Estado já nos habituou, tinha ido à província nas vestes (e com os meios) de PR, inaugurar uma obra pública, um canal de água que vai, esperemos, começar a dar solução aos crónicos problemas da seca no sul. A meio do caminho o PR tirou a camisa de PR de Angola e vestiu a do partido-Estado.

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que a actualidade internacional foi marcada pela chapada que Will Smith pregou no comediante Chris Rock, que fez uma gracinha com a condição de saúde da mulher que leva à perda de cabelo, a alopecia.

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que foi publicado o índex dos países mais felizes do mundo. Angola nem consta do estudo. A última vez que constou terá sido em 2018 em que aparecia no lugar 142 de 156, Moçambique, por exemplo, aparecia no mesmo ano na posição 123, sendo que no ranking deste ano aparece posicionado em centésimo primeiro, melhor do que a nossa vizinha Namíbia por exemplo que aparece na posição 124. Os cinco países ‘mais infelizes’ do ranking são o Botswana, o Ruanda, o Zimbabué, o Líbano e o Afeganistão e os mais felizes são os nórdicos liderados pela Finlândia pela quinta vez.

Esta semana, talvez para evitar a inevitável guerra na Ucrânia e mantendo figas para que os políticos que não a evitaram já se sintam satisfeitos com os estragos e mortandade e cheguem a algum tipo de acordo que pare a guerra, e, porque enquanto ia começar a pensar na pergunta desta semana recebi mais uma mensagem do MAT a lembrar da actualização do registo eleitoral, pus-me a pensar e a perguntar-me qual será a reacção dos angolanos a essas mensagens e qual seria a motivação de cada um para ir votar.

Esta semana, a actualidade internacional continuou refém da guerra na Ucrânia, uma tragédia como são todas as guerras, que quanto mais se prolonga mais sofrimento causa às pessoas que a sofrem na pele, mais traumas espalha entre as suas crianças sujeitas a bunkers e ao som do perigo e à morte, mas que também quanto mais dura mais expõe aqueles duplo standards que se escondem sob o moralismo colectivo, aqueles dois pesos duas medidas que conseguem desacreditar o mais fervoroso espirito de mobilização.