Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico

seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que a superioridade do euro face ao dólar morreu, graças à guerra entre a Rússia e a Ucrânia e aos efeitos colaterais devastadores para as economias da zona euro; das notícias acerca da morte política de Boris Jonhson (papá do Brexit) no Reino Unido, isto ao cabo de tantos escândalos que o próprio partido, já envergonhado (há partidos que têm vergonha) o pôs a correr; depois do assassinato do antigo primeiro-ministro do Japão durante um comício que chocou o mundo; e por fim, da notícia, depois de meses de mujimbos, da morte de José Eduardo dos Santos.

 

A nossa actualidade andou esta semana muito marcada pelas reacções, pelos debates pelas novelas, pelos sentimentos contraditórios e pelas múltiplas saias justas que o deteriorar da saúde do ex-presidente da república gerou. Os relatos sobre o seu estado de saúde e sobre o que se passa in loco são contraditórios. Não faltaram os costumeiros anúncios apressados da morte e, entretanto, surgiram dúvidas e teorias conspirativas levantadas, aparentemente, pela mais estridente dos filhos do ex-PR acerca do que terá causado o debilitar do estado do pai.

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que entre nós os tópicos de discussão andaram muito em torno da alegada fraude num concurso de miss(nem esses estão a salvo da fraude), isto depois de uma luta ‘irreverente’ de kuduristas na TV - atestado da importância da escolaridade e da educação – tudo isto depois de semanas em torno da discussão primeiro sobre a inexistência, e depois sobre a nota no canudo de engenheiro do líder da oposição...

Esta semana a capa do Valor Económico dava destaque ao travão que a ministra das finanças terá posto, segundo fontes oficiosas do jornal, à compra de dois prédios no valor de 114 milhões de dólares para alojar um dos apêndices do Ministério dos Transportes.

 

Esta semana o Presidente da República encheu as manchetes da media com uma conferência de imprensa para 12 meios de comunicação convidados e em que ao seu estilo muito ‘gestor de quinta ou de quintal’ lembrou a máxima da sua governação: “era preciso acabar com a festa” - referindo-se directamente, várias vezes, à ‘festa’ de Isabel dos Santos a quem o pai atribuía contratos milionários num passado que o presidente vingador, esquecendo o perfil de reconciliador que lhe valeu uma condecoração recente, quis reafirmar que mudou radicalmente.